Iraque proíbe entrada de avião de ministro turco em seu espaço aéreo

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As autoridades iraquianas proibiram nesta terça-feira a entrada de um avião no qual viajava o ministro turco de Energia, Taner Yildiz, em seu espaço aéreo, segundo informou o governo da região autônoma do Curdistão iraquiano.

O porta-voz curdo, Sefin Dezi, disse em comunicado que o avião de Yilbiz deveria aterrissar na cidade de Erbil, capital do Curdistão iraquiano, cujas autoridades mantêm uma tensa relação com o governo de Bagdá.

O titular turco de Energia tinha previsto participar de uma conferência sobre petróleo e gás em Erbil, que começou na segunda-feira com a presença do primeiro-ministro curdo, Niyilban Barzani, entre outros.

Os laços entre Bagdá e Erbil sofreram um retrocesso desde que o Curdistão ofereceu refúgio, há um ano, ao vice-presidente sunita iraquiano, Tareq al Hashemi, sobre o qual pesa uma ordem de detenção por delitos de terrorismo.

Além disso, nas últimas semanas a tensão entre ambas as partes aumentou depois que Bagdá desdobrou novas forças militares na província petrolífera de Kirkuk para evitar atentados terroristas.

Em resposta, as forças de "peshmerga" -as milícias armadas curdas do Iraque- mandaram ontem reforços adicionais a esta província, apesar das advertências do governo central.

Kirkuk, centro de uma rica zona petrolífera e cidade de uma variada população de origem árabe, curda, turcomana e cristã, tem um status especial, embora o governo autônomo do Curdistão a reivindique junto com outras áreas, algo que se opõem as outras comunidades e Bagdá.

Os analistas iraquianos qualificam a situação de "muito perigosa" e temem que se continuar essa tensão entre as duas partes, pode acontecer um conflito armado.

A Turquia já se viu envolvida na luta entre Bagdá e Erbil em agosto, quando o chefe da diplomacia turca, Ahmet Davutoglu, visitou Kirkuk sem avisar o governo iraquiano.

Então, o Ministério das Relações Exteriores do Iraque convocou o encarregado de negócios turcos em Bagdá para protestar pela visita, que - disse - representa "um desprezo à soberania do Iraque e uma violação das normas que regulam os laços diplomáticos entre dois Estados vizinhos".