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Manifestantes deitaram de mãos dadas no calçadão por cerca de meia hora | LUISA DE PAOLA/ AFP PHOTO
Manifestantes deitaram de mãos dadas no calçadão por cerca de meia hora| Foto: LUISA DE PAOLA/ AFP PHOTO

Bagdá está sob toque de recolher nesta segunda-feira, quarto aniversário da queda da capital diante das forças dos Estados Unidos, e na cidade de Najaf iraquianos reuniram-se para um enorme protesto antiamericano convocado pelo clérigo radical Moqtada al-Sadr.

"Não, não, não à ocupação, não, não à América", gritavam milhares de pessoas que participaram da marcha, a maioria homens e jovens garotos com bandeiras iraquianas, através da cidade sagrada xiita no sul do país.

O Iraque proibiu a circulação de veículos em Bagdá por 24 horas a partir das 5h desta segunda-feira (22h de Brasília) para evitar ataques no aniversário. A cidade ainda está sendo atingida por carros-bomba, apesar da nova ação de segurança realizada por dezenas de milhares de soldados norte-americanos e iraquianos, considerada a última tentativa de evitar uma guerra civil.

Sadr, que culpa a invasão liderada pelos EUA pela violência no Iraque, emitiu um comunicado no domingo convocando os iraquianos ao protesto contra a presença norte-americana.

Os manifestantes em Najaf queimaram a bandeira dos EUA e grafitaram frases como "Que a América caia" e "Bush é um cão" no chão. Milhares estavam marchando a partir de Kufa, cidade nos arredores de Najaf, e outros lotaram carros e ônibus a partir de Bagdá e de outras localidades xiitas da região.

O jovem clérigo liderou dois levantes contra as forças dos EUA em 2004, mas desde então tornou-se uma importante peça política. Seu movimento tem um quarto dos assentos na Aliança Xiita, do primeiro-ministro Nuri al-Maliki.

O presidente dos EUA, George W. Bush, insiste que as tropas não sairão até que os iraquianos possam assumir a segurança e rejeita estabelecer um calendário para a retirada.

ESTÁTUA

Há quatro anos, o mundo viu iraquianos, com ajuda de soldados dos EUA, derrubar a estátua de Saddam Hussein na Praça Firdous. Uma multidão dançou em volta do que restou da estátua.

Quatro anos depois, mais de 3.270 soldados norte-americanos, 140 britânicos e 124 de outros países morreram em conflitos com a insurgência. Dezenas de milhares de iraquianos foram mortos.

No último fim de semana, 10 soldados norte-americanos morreram, elevando para 35 o número de mortos nos primeiros oito dias de abril.

A insurgência que começou como uma luta de árabes sunitas contra os EUA e contra o governo iraquiano depois da invasão de 2003 tornou-se um conflito entre a maioria xiita e a minoria sunita, que dominava o país durante o regime de Saddam.

"Hoje é um bom dia, porque é o aniversário da queda de Saddam. Mas a segurança está ruim. Não há água, nem eletricidade. A situação está ruim em todos os lugares", disse Hatem Karim, que mora em Bagdá.

Comandantes militares dos EUA dizem que a capital recebe agora até nove horas de eletricidade por dia e que a ação de segurança conseguiu reduzir as mortes diárias provocadas por esquadrões da morte sectários e que precisa de mais tempo para mostrar resultados.

Bush está mandando mais 30.000 soldados ao Iraque, a maioria para a operação em Bagdá.

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