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O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, anuncia na quarta-feira o envio de mais de 20 mil soldados adicionais ao Iraque, mas há ceticismo em Bagdá quanto à possibilidade de o plano conter a violência.

Fontes oficiais dos EUA dizem que Bush vai ampliar em 21.500 o contingente militar que hoje é de 130 mil soldados no Iraque. Cerca de 4.000 iriam para a turbulenta província de Anbar, e os restantes ficariam em Bagdá, onde vive um em cada quatro iraquianos.

Comandantes dos EUA no Iraque dizem que o sucesso da nova estratégia de Bush dependerá de conter a violência sectária e dos insurgentes na capital.

A polícia encontrou 60 corpos com sinais de tiros e torturas entre a noite de terça e a noite de quarta-feira em várias partes de Bagdá, segundo uma fonte do Ministério do Interior.

As ruas ficaram quietas num reduto insurgente sunita da capital depois que forças dos EUA e do Iraque, apoiadas por jatos e helicópteros, mataram 50 pessoas na terça-feira. A batalha pode ter sido resultado da promessa do primeiro-ministro Nuri Al Maliki de reprimir os militantes, sejam eles xiitas ou sunitas.

Bush anunciará a nova estratégia num discurso que começa à meia-noite (hora de Brasília), mas vários detalhes já foram amplamente anunciados - e recebidos com ceticismo em Bagdá.

``Não vai resolver nenhum problema, só as pessoas deste país vão conseguir resolver esse problema'', afirmou o morador Falah Mehdi.

Uma emboscada contra dois ônibus de peregrinos que voltavam de Meca para a cidade xiita de Hilla deixou 11 mortos e 14 feridos, segundo a polícia.

Fontes do governo Bush dizem que ele vai propor que até novembro o governo iraquiano assuma o controle da segurança em todas as 18 províncias. Hoje, Bagdá se responsabiliza apenas por seis províncias.

Haverá também ``parâmetros'' políticos que o governo iraquiano deveria cumprir para conter a violência sectária, como estabelecer critérios para a divisão dos lucros do petróleo, reformar a Constituição e permitir a volta de ex-membros do Partido Baath, de Saddam Hussein, à vida pública.

Além disso, Bush deve anunciar uma ampliação do programa pelo qual militares dos EUA vivem e trabalham nos quartéis iraquianos onde dão treinamento.

A oposição democrata, agora majoritária no Congresso, criticou o envio de mais soldados à impopular guerra do Iraque.

Já Maliki apóia o plano de Bush, e o governo iraquiano promete enviar mais tropas a Bagdá e não dar proteção ao clérigo radical xiita Moqtada Al Sadr, que controla uma importante milícia, o Exército Mehdi, apontada pelo Pentágono como a maior ameaça atualmente no Iraque.

Mowaffaq Al Rubaie, assessor de segurança nacional do Iraque, disse na quarta-feira que o clérigo xiita mais importante do país, o grão-aiatolá Ali Al Sistani, deu sua bênção aos esforços do governo para desarmar os militantes.

Os comandantes dos EUA e a minoria sunita, outrora dominante, deixam claro que a repressão deve incluir não só os rebeldes sunitas, mas também milícias leais aos xiitas.

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