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O governo irlandês anunciou nesta terça-feira (10) que vai investigar a condição dos abrigos católicos para mães solteiras que existiram no país durante o século 20.

O ministro de Assuntos da Infância, Charlie Flanagan, confirmou a criação de uma comissão para analisar os casos e que deve começar a funcionar até o final do mês.

O governo decidiu iniciar a investigação depois que uma historiadora denunciou a possível existência de 796 esqueletos de crianças, a maioria de bebês, em uma vala comum ao lado de um antigo convento católico em Tuam, no oeste do país.

Em entrevista à rede pública "RTE", ele explicou que o objetivo é esclarecer os altos índices de mortalidade infantil nessas instituições, as políticas de adoções e certos programas de vacinação experimental.

Também será investigada a práticas de enterros, já que há suspeita que muitas das casas enterravam as crianças em valas comuns.

O ministro estimou que cerca de 35 mil mães solteiras passaram por algum dos dez abrigos administrados por freiras católicas entre 1921 --quando a Irlanda conquistou sua independência-- e a década de 60.

Bebês

A denúncia dos 796 bebês que estariam enterrados em Tuam foi feita pela historiadora Catherine Corless, que encontrou o certificado de óbito das centenas de crianças mortas.

Segundo ela, os cadáveres estão em um tanque séptico no local que acolhia mães solteiras e foi regido de 1926 a 1961 pela irmandade de freiras do Bom Socorro.Segundo o jornal "New York Times", não há muitos indícios que todos os corpos estejam enterrados ali.

"As pessoas estão fazendo um escândalo que vimos uma vala comum", disse à publicação Barry Sweeney. Ele cresceu próximo ao abrigo e é uma das testemunhas usadas por Corlees para apontar que os corpos estariam no local. "Só podemos dizer o que vimos, talvez 15 ou 20 esqueletos pequenos", afirmou.

Corless aponta a alta a mortalidade infantil nas casas como uma justificativa para existência dos corpos. "Se eles [os corpos] não estão ali, onde mais estariam?" disse ela.

O jornal afirma, porém, que o local onde os corpos estão enterrados "continua um mistério".

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