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A Irmandade Muçulmana cancelou neste domingo (18) uma manifestação programada para o Cairo por falta de segurança para seus militantes. Os últimos atos convocados pelo grupo no Egito terminaram em confrontos com as forças de segurança, que deixaram quase 900 mortos.

O último deles foi no sábado, quando a mesquita de Al Fath, no centro da capital, foi desalojada por policiais e militares. O templo havia sido ocupado anteontem, após milhares de pessoas se reunirem na praça Ramsés, em frente ao templo, em um protesto que terminou com violência.

Mortes

Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que 79 pessoas morreram e 549 ficaram feridas em todo o país em manifestações ontem, fazendo com que chegue a quase 900 o número de mortos em cinco dias. Os números, no entanto, são contestados por islamitas, que dizem ser mais de 3 mil mortos.

Manifestações

A entidade islâmica reivindica a volta do presidente deposto Mohammed Mursi, retirado do poder pelos militares em 3 de julho. Desde então, convoca protestos diários contra o governo e chegou a estabelecer dois acampamentos em praças no Cairo, que foram desmontados na última quarta-feira.

A ação policial que desalojou as ocupações terminou em um confronto violento que levou ao massacre de mais de 600 pessoas. Dois dias depois, mais 173 pessoas morreram em todo o país em enfrentamentos entre os islamitas, as forças de segurança e manifestantes liberais, em série de protestos chamada "dia da fúria".

O cancelamento foi comunicado pela porta-voz da Aliança Antigole, Yasmine Adel, porque o grupo temia que atiradores do governo interino e de movimentos liberais pudessem dar início a uma nova onda de violência. Para a capital egípcia, haviam sido convocadas nove manifestações.

Conflitos

No bairro de Dokki, no centro do Cairo, moradores ocuparam uma mesquita que seria usada pelos islamitas como ponto de partida para um dos protestos. Na porta, colocaram um cartaz com a foto de um policial morto durante os confrontos de quarta. Alguns homens de barba foram agredidos por milícias de moradores.A maioria dos grupos liberais tem a mesma opinião do governo interino, que qualifica os protestos como uma ação terrorista.

Hoje, a Chancelaria egípcia exibiu, durante entrevista coletiva com a imprensa internacional, uma montagem com fotos e vídeos dos conflitos desta semana, que atribuíram a terroristas.

Elbaradei

Hoje, o ganhador do Prêmio Nobel da Paz Mohammed ElBaradei chegou à Viena, cinco dias após renunciar ao cargo de vice-presidente do Egito. Ao chegar na capital austríaca, ele não comentou a demissão e foi escoltado pela Polícia até sua casa.

O ex-diretor da Agência Internacional de Energia Atômica renunciou ao cargo horas após o início da operação que desalojou os acampamentos da Irmandade Muçulmana no Cairo. Em nota, disse ter esperado terminar a crise política no país de forma pacífica.

ElBaradei foi duramente criticado pela comunidade internacional e por outros grupos políticos por ter entrado no governo interino. Opositor de Mursi, não aceitou as medidas aprovadas pelo mandatário quando este ainda era presidente e apoiou a intervenção militar que retirou o islamita do poder.

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