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O partido Liberdade e Justiça (PLJ), braço político da Irmandade Muçulmana, rejeitou nesta quarta-feira (10) negociar pastas do novo governo egípcio, depois que a Presidência apontasse que o primeiro-ministro, Hazem al Beblaui, pretendia fazer tal proposta.

O membro do comitê legislativo do PLJ Gamal Tag el Din disse à televisão estatal que "não pretendem cooperar com um regime ilegítimo que chegou (ao poder) após um golpe contra a vontade do povo".

"É possível que o regime nos peça para negociar depois de terem cometido um massacre terrível, enquanto os manifestantes apenas rezavam diante da Guarda Republicana?", indagou El Din ao comentar o incidente da última segunda-feira, quando pelo menos 51 pessoas foram assassinadas, a maioria islamitas.

O assessor de imprensa da Presidência Ahmed el Moslimani destacou na terça-feira (9) à noite que Al Beblaui deve oferecer pastas ministeriais à Irmandade Muçulmana e ao partido salafista Al Nour, segundo a agência estatal de notícias "Mena".

"Algumas pastas vão ser apresentadas ao partido Liberdade e Justiça e ao salafista Al Nour", assegurou El Moslimani, que ressaltou que "não há nenhum obstáculo" para que essas duas formações participem do gabinete.

O porta-voz sustentou que o profissionalismo será o principal requisito para formação do novo Governo, que será "quase amplo" e terá entre 15 e 20 ministros.

O economista liberal Hazem al Beblaui foi eleito na terça pelo presidente interino do Egito, Adly Mansour, para dirigir o governo durante o período de transição, que o Exército obriga todos os egípcios a respeitar.

Além disso, El Moslimani assinalou que Mansur defende a reconciliação nacional da sociedade egípcia mediante a uma iniciativa que leva por título "Um só povo" (Umma).

O plano consiste em uma série de tentativas auspiciada pelo presidente para pôr fim à tensão social no Egito durante a primeira semana do Ramadã, que começa hoje.

O oferecimento de pastas ministeriais aos islamitas e a iniciativa para a reconciliação nacional "têm o objetivo de abrir uma nova página de tolerância para construir uma nova sociedade", destacou El Moslimani.

O Egito começou um novo processo de transição após o golpe de Estado do último dia 3 de julho pelas mãos do Exército, que depôs o presidente Mohammed Mursi e nomeou em seu lugar o presidente interino Mansur, até então chefe do Tribunal Constitucional.

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