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Prefeita de Paris, Anne Hidalgo (Partido Socialista), em evento na Espanha, em 2021.
Prefeita de Paris, Anne Hidalgo (Partido Socialista), em evento na Espanha, em 2021.| Foto: (EPA) EFE

Sob o comando da socialista Anne Hidalgo, Paris se encontra com uma dívida astronômica de 7,7 bilhões de euros (mais de R$ 42 bilhões), 110% maior do que em 2014, quando ela assumiu a administração da capital francesa. Além disso, a falta de transparência e de envio de relatórios para auditoria impossibilita definir se existem 53 ou 56 mil trabalhadores na prefeitura da capital francesa - fontes oficiais apresentam números diferentes entre si. Uma irresponsabilidade fiscal que cai na conta dos parisienses, em um aumento no custo de vida.

“Há mais funcionários na cidade de Paris do que na Comissão Europeia”, descreveu Gabriel Attal, ministro das Contas Públicas do país. Para se ter uma noção do inchaço no aparelho estatal, na administração de Bertrand Delanoë, em 2001, a capital empregava 40 mil funcionários.

“Há dois anos exigimos uma auditoria da gestão da cidade e, especialmente, sobre a explosão dos custos de representação da sra. Hidalgo. Apesar de ser proibido pela Justiça, ela ainda se recusa a prestar contas sobre o uso desse dinheiro”, destacou Rachida Dati, conselheira do ex-presidente Nicolas Sarkozy e prefeita regional da sétima região de Paris, ao jornal Le Figaro. De acordo com ela, a gestão de Hidalgo mascara a explosão de despesas operacionais através de truques contábeis.

“Essa dívida é o resultado de uma gestão calamitosa de Paris. Não corresponde a investimentos estruturantes, nem a uma melhoria da qualidade de vida. Paris está suja, concretada, sem vegetação”, avaliou Dati.

Enquanto as obras públicas milionárias são frequentemente julgadas como desnecessárias ou ineficientes e aumentam as dívidas bilionárias da capital francesa, fotos de ratos tomando conta da cidade, latas de lixo transbordando e ruas sujas são publicadas pelos moradores nas redes sociais.

Contradição com a campanha

Uma realidade que deixa Hidalgo sem saída, a não ser contradizer suas próprias promessas de campanha sobre não aumentar os impostos. Vai sobrar para o bolso do parisiense: um aumento de 52% no imposto sobre a propriedade, conforme anunciou a prefeitura.

Antes disso, a comandante de Paris já tinha aumentado o preço do estacionamento pago, esperando arrecadar cerca de 300 milhões de euros em receitas. A estratégia não deu certo, em grande parte devido às mudanças urbanas provocadas pelos seus colegas ambientalistas.

Com a redução de veículos circulando, sob intensa campanha pelo uso de bicicletas e outros meios menos poluentes, o estacionamento pago não deu retorno aos cofres públicos. As vagas disponíveis para estacionamento também diminuíram, seguindo esse movimento verde na capital francesa.

Moradores deixam a cidade

Além da componente habitacional, outros itens são mais caros em Paris do que em outros lugares da França. O custo da saúde na capital, segundo o Instituto Nacional de Estatística e Estudos Econômicos (INSEE, na sigla em francês), é 6,5% maior em Paris do que no resto da França. De lazer e cultura, 6,6%, e de transporte diário, 6,9%.

Em comparação com o custo de vida em outras grandes cidades do mundo, Paris também não fica atrás, muito pelo contrário. Entre 2018 e 2020, a capital francesa chegou ao primeiro lugar na pesquisa global sobre o custo de vida realizada anualmente pela The Economist Intelligence Unit, um instituto de pesquisa apoiado pelo jornal britânico The Economist.

Naturalmente, nesse cenário, habitantes deixam Paris. Cerca de 60 mil pessoas partiram da capital francesa em cinco anos, segundo dados oficiais.

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