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Numa decisão mediada pelos Estados Unidos, Israel aceitou em suspender a ofensiva aérea contra o Líbano por 48 horas para investigar o ataque que deixou pelo menos 54 civis mortos, incluindo 37 crianças. Mais cedo, o premier israelense, Ehud Olmert, havia dito que os ataques durariam pelo menos mais dez dias. Segundo um porta-voz do Departamento de Estado americano, no entanto, Israel se reserva o direito de "preparar ações contra alvos", reiterando a política dos EUA de que Israel tem o direito de se defender de ataques.

"Israel concordou em suspender a atividade aérea por 48 horas no sul do Líbano, para investigar o trágico incidente em Qana", disse o porta-voz.

Israel também vai coordenar com a Organização das Nações Unidas (ONU) um prazo de 24 horas para que os residentes no sul do Líbano deixem a área se quiserem, disse o porta-voz.

O anúncio foi feito após a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, ter um extenso encontro com o premiê israelense, Ehud Olmert, e com o ministro de Relações Exteriores de Israel, Tzipi Livni.

Mais cedo, Rice cancelou sua visita a Beirute , agendada para domingo, depois que o governo do Líbano disse que não poderia negociar com ela até que um cessar-fogo fosse estabelecido .

Depois do ataque, o governo de Israel pediu desculpas e prometeu abrir um inquérito para apurar o bombardeio. Israel alegou ter avisado com antecedência à população para que evacuasse o local. O governo israelense manifestou "profundo pesar" pelo ataque, o mais sangrento lançado desde o início da ofensiva israelense contra o Hezbollah, que já dura 19 dias, e deixou cerca de 750 mortos, segundo o governo libanês.

O agravamento da crise na região provocou a realização de uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU. O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair , condenou o ataque a Qana e disse que é preciso "acelerar o processo" visando o fim do conflito.

Na madrugada deste domingo, mísseis israelenses arrassaram várias casas e derrubaram um prédio de três andares, onde uma centena de pessoas estava abrigada, em Qana.

A notícia do bombardeio em Qana parece ter servido como gota d'água para os libaneses. Num protesto que reuniu milhares nas ruas de Beirute , o prédio das Nações Unidas foi invadido e vandalizado, aos gritos de "Morte a Israel, Morte a América".

O ataque aéreo, realizado durante a madrugada local, reduziu a pó diversos prédios em Qana. Emissoras de TV do Líbano e outros países árabes mostraram imagens das dezenas de corpos de crianaças, com roupas de dormir, sendo retirados dos destroços e carregados nos braços por equipes da Cruz Vermelha.

- Filmem isto para os europeus e americanos. Isso é a civilização que nos trazem - gritava um homem com uma criança morta no colo.

- Isso é uma carnificina, uma carnificina - gritava uma mulher.

O governo de Israel responsabiliza o Hezbollah pela matança, já que a milícia xiita usa a área de Qana para disparar foguetes contra Israel.

O grupo radical islâmico promete retaliações.

"Esse horrível massacre não ficará sem resposta", disse o grupo em comunicado.

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