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Bandeira palestina diante de assentamento israelense em Jerusalém Oriental. Israel anunciou que vai ampliar construções | Ammar Awad/Reuters
Bandeira palestina diante de assentamento israelense em Jerusalém Oriental. Israel anunciou que vai ampliar construções| Foto: Ammar Awad/Reuters

Ofensiva

Palestinos buscam outras agências da ONU

Após garantir a admissão como Estado pleno da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a Palestina tentará se tornar membro pleno de outras 16 agências das Nações Unidas.

Dentre as agências, estariam a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI), entre outras menores.

De acordo com o jornal Haaretz, uma fonte do Ministério das Relações Exteriores informou que o ministro palestino da Saúde, Fathi Abu Moghli, foi enviado na semana passada pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, para se encontrar com o chefe da OMS para informar sobre a intenção palestina de submeter o pedido à votação da organização.

Ibrahim Khraishi, representante palestino nas Nações Unidas, em Genebra, disse ontem sobre a intenção da ANP de ingressar em outras agências e organizações da ONU. "Agora estamos estudando quando vamos partir para a filiação plena nas outras agências da ONU", disse Khraishi. "É nosso objetivo participar das organizações internacionais e agências da ONU."

Os Estados Unidos anunciaram corte de recursos que o país destina à Unesco após aprovação da Palestina.

Israel decidiu construir 2 mil residências em Jerusalém Orien­­tal e na Cisjordânia e congelar provisoriamente a transferência de recursos à Autoridade Nacional Palestina (ANP) como medida de retaliação pela admissão do go­­verno palestino como membro de pleno direito da Unesco, informou ontem o governo israelense.

"Estas medidas foram tomadas pelo fórum dos oito principais ministros sob a presidência do pri­­meiro-ministro, Benjamin Neta­­nyahu, como sanção após a votação na Unesco", indicou a fonte.

"Vamos construir 2 mil residências, incluindo 1.650 em Je­­ru­­salém, e o restante nos assentamentos de Maalé Adoumim e de Efrat (no sul de Belém, na Cisjor­­dânia)", indicou essa autoridade, que pediu para não ser identificada.

"Ele também decidiu congelar provisoriamente as transferências de fundos destinados à Au­­toridade Palestina, até que uma decisão definitiva seja tomada", acrescentou este alto funcionário.

"O que aconteceu na Unesco não é algo sem importância e deve ser tratado com seriedade. Israel pode escolher efetuar uma resposta unilateral própria a esta iniciativa", disse fonte diplomática citada pela edição on-line do diário Yedioth Ahronoth.

Outras fontes ligadas ao Exe­­cutivo davam a entender que a rea­­ção será edificar mais casas em assentamentos situados em "lu­­gares que Israel não vê como problemáticos", embora o anúncio receba "críticas internacionais".

Entrevistado pela rádio pública, o vice-ministro israelense das Relações Exteriores, Danny Aya­­lon, afirmou que o país quer estudar respostas à votação no nível diplomático e político.

"A Unesco se tornou uma organização política ao admitir um Estado que não existe, depois da votação de uma maioria automática de seus membros. Esta iniciativa dos palestinos de­­monstra que eles não querem a paz nem negociações, têm apenas a intenção de perpetuar o conflito", ressaltou.

O vice-chanceler também manifestou decepção com a França, que cedeu à Autoridade Palestina depois de ter tentado dissuadi-la de sua iniciativa na Unesco.

Condenação

O porta-voz do presidente pa­­lestino Mahmoud Abbas condenou o anúncio do governo de Israel. "A decisão israelense de acelerar a construção de assentamentos com a construção de mais 2 mil novas moradias é a decisão israelense de acelerar a destruição do processo de paz", disse o porta-voz Nabil Abu Rudeina. "E o congelamento dos recursos é um roubo do dinheiro do povo pa­­lestino", acrescentou ele.

Os palestinos querem Jeru­­salém Oriental como a capital de seu futuro Estado.

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