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Explosão ocorreu após ataque israelense em Rafah, na Faixa de Gaza | Ibraheem Abu Mustafa / Reuters
Explosão ocorreu após ataque israelense em Rafah, na Faixa de Gaza| Foto: Ibraheem Abu Mustafa / Reuters
  • Fumaça sobre cidade em Gaza após novo bombardeio de Israel nesta segunda-feira (12)
  • Conflito na Faixa de Gaza já dura 17 dias
  • Protesto contra o ataque de Israel à Gaza reuniu 30 mil pessoas ontem, em Bruxelas
  • Depois de ouvir uma sirene indicando ataque com foguetes do Hamas, pessoas buscam proteção atrás de carros na cidade de Ashkelon, em Israel
  • Dia foi de extrema violência nas frentes de combate. O número de mortos já chega a 901 e o de feridos a 3.695
  • Panfletos e mensagens de celular foram enviados a moradores de Gaza avisando que as ações militares israelenses serão intensificadas
  • A operação militar começou após uma série de disparos de foguetes da Faixa de Gaza contra o sul do território israelense
  • Soldados israelenses chegam próximos ao carregamento pessoal para alimentação e descanso. Mas forças iniciaram novos confrontos

As forças israelenses chegaram mais perto do centro da cidade de Gaza nesta terça-feira (13), décimo-oitavo dia de ofensiva sobre o território palestino dominado pelo Hamas.

O principal general israelense disse que "ainda há trabalho pela frente" contra o Hamas.

Enquanto isso, os esforços diplomáticos pelo cessar-fogo continuavam, e a situação humanitária continuava se deteriorando no território.

Segundo o chefe dos serviços de emergência de Gaza, Muawiya Hassanein, desde o início da ofensiva, em 27 de dezembro de 2008, 919 palestinos já morreram, incluindo 277 crianças, 97 mulheres e 92 idosos. Os ataques deixaram ainda 4.100 palestinos feridos. Do lado de Israel, são 14 mortos - 4 civis alvejados por foguetes em Israel e 10 militares mortos em confronto.

Explosões e disparos de artilharia pesada ecoaram pela cidade de 500 mil habitantes depois que os tanques israelenses se aproximaram, mas não entraram, na região central da cidade, densamente povoada.

Talat Jad, de 30 anos, morador do subúrbio Tel al-Hawa, de Gaza, onde os tanques entraram durante a noite, disse que ele e outros 15 membros de sua família abrigaram-se em um cômodo da casa deles, sem coragem de olhar pela janela.

"Nós até desligamos nossos celulares porque ficamos com medo de que os soldados dos tanques pudessem ouvi-los", disse Jad. "Alguns de nós recitamos o Alcorão e outros rezaram para que o barulho das explosões acabasse."

Profissionais da área médica disseram que 18 combatentes palestinos em sua maioria integrantes do grupo islâmico Hamas, que governa a Faixa de Gaza - e sete civis morreram nos combates mais recentes.

Um caça israelense atacou 60 alvos, incluindo túneis usados por militantes de Gaza para contrabandear armas a partir da fronteira com o Egito, locais de fabricação de armas e postos de comando do Hamas, disse o Exército de Israel.

Dois foguetes atingiram Beer Sheba, no sul de Israel, sem deixar feridos.

"Nós já conseguimos fazer muita coisa atingindo o Hamas e sua infraestrutura, seu governo e seu braço armado, mas ainda há trabalho pela frente", disse o tenente-general Gabi Ashkenazi, chefe do estado-maior das forças armadas de Israel, a um comitê parlamentar.

Ashkenazi afirmou que os aviões israelenses lançaram mais de 2,3 mil ataques desde o início da ofensiva, no dia 27 de dezembro.

Grupos de direitos humanos relataram escassez de suprimentos vitais, incluindo água, na Faixa de Gaza. A falta de combustíveis provoca apagões frequentes

Ataque da Jordânia

Tropas israelenses posicionadas na fronteira com a Jordânia foram alvos de disparos nesta terça, mas não houve feridos, segundo o Exército de Israel. A Jordânia negou que disparos tenham sido feitos do território do país.

Uma porta-voz do Exército israelense disse apenas que "tropas foram alvejadas pelo lado jordaniano da fronteira" e que os "atiradores" não foram identificados.

A Jordânia assinou um tratado de paz com Israel em 1994. A maioria dos cinco milhões de jordanianos tem origem palestina, e houve protestos no país desde que a ofensiva israelense começou.

Diplomacia

O Hamas informou nesta terça-feira que tem "observações substanciais" a respeito da proposta egípcia de trégua. O representante sênior do Hamas Moussa Abu Marzouq disse à rede de TV Al Jazeera que as "observações" têm a ver com "a posição da resistência em solo". Mas, segundo ele, há uma "possibilidade" de o grupo aceitar a proposta, com modificações.

No Cairo, uma delegação do Hamas retomou as conversações com o Egito sobre um plano de cessar-fogo proposto pelo país árabe, que faz fronteira com a Faixa de Gaza e com Israel e que fez as pazes com o Estado judaico.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, está a caminho da região para uma semana de negociações com líderes no Egito, Israel, Jordânia e Síria com vistas a pôr fim ao derramamento de sangue.

Os ministros árabes das Relações Exteriores realizam na próxima sexta no Kuwait uma reunião extraordinária sobre a situação em Gaza, anunciou nesta segunda o secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa.

A cúpula "examinará os acontecimentos relacionados à rejeição de Israel a aplicar a resolução 1860 do Conselho de Segurança da ONU", disse Moussa à imprensa.

Esta resolução, ignorada tanto por Israel quanto pelo movimento islamita Hamas, "conclama um cessar-fogo imediato, duradouro e plenamente respeitado, que leve a uma retirada completa das forças israelenses de Gaza".

O Hamas criticou a postura das autoridades egípcias nas negociações. Em declarações à rede de televisão catariana "Al Jazira", o representante do Hamas no Líbano, Osama Hamedan, afirmou que a reação egípcia a suas propostas não foi a que esperavam.

Abbas acusa

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, acusou nesta terça-feira (13) Israel de tentar "aniquilar" o povo palestino na Faixa de Gaza ao negar-se a deter sua ofensiva militar.

A agência da ONU para a ajuda aos refugiados palestinos (UNRWA) fez um dramático apelo pelo cessar-fogo. "Imploramos que pare a luta. Que cesse o fogo. Que seja um cessar-fogo formal, informal, dá no mesmo, mas pedimos que pare. A população está presa, continuam as mortes, os feridos e a destruição", afirmou John Ging, representante da UNRWA em Gaza.

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