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Netanyahu quer acabar com os túneis usados pelo Hamas | Dan Balilty/Reuters
Netanyahu quer acabar com os túneis usados pelo Hamas| Foto: Dan Balilty/Reuters

Personagem

Netanyahu diz estar determinado a destruir túneis na Faixa de Gaza

Reuters

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que enfrenta pressão internacional por causa do crescente número de baixas civis em Gaza, disse ontem que não aceitará nenhum cessar-fogo que impeça Israel de completar a destruição de túneis utilizados por militantes para invadir território israelense.

Militares de Israel calcularam na última quarta-feira que completar essa tarefa, já em sua quarta semana de execução, levará mais alguns dias.

"Estamos determinados a completar essa missão, com ou sem um cessar-fogo", disse Netany ahu em um pronunciamento público na abertura de uma reunião de gabinete, em Tel Aviv. "Não vou concordar com nenhuma proposta que não vá permitir às Forças Armadas de Israel completar essa importante missão em nome da segurança de Israel."

Deixando aberta a opção de ampliar a campanha terrestre na Faixa de Gaza, dominada pelo grupo militante islâmico Hamas, as forças israelenses informaram ter convocado mais 16 mil reservistas. Uma fonte militar disse que eles substituíram um número parecido de soldados da reserva que estão sendo dispensados.

Venezuela

O presidente Nicolás Maduro anunciou ontem que vai criar, na Venezuela, uma "casa de abrigo" para crianças palestinas feridas e órfãs, e levantou ainda a possibilidade de que elas possam ser adotadas por cidadãos venezuelanos. Maduro disse que vai propor a criação desse tipo de casas à Aliança Bolivariana para os Povos da América e elas devem levar o nome do ex-presidente Hugo Chávez (1954-2013).

1.428 pessoas morreram na Faixa de Gaza e mais de 8 mil ficaram feridas nos 24 dias da operação militar de Israel, denominada "Margem Protetora", no território palestino, informaram autoridades palestinas. O número de vítimas aumentou ontem durante ataques aéreos e terrestres do exército israelense após o cair da noite em Gaza.

  • Protesto na Grécia contra a ação israelense sobre Gaza
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Os Estados Unidos e a Orga­­nização das Nações Unidas anunciaram ontem que Israel e o Hamas aceitaram um cessar-fogo humanitário incondicional que vai durar 72 horas a partir das 8 h de hoje, na Faixa de Gaza.

Segundo indica a nota conjunta dos EUA com a ONU, durante as 72 horas de trégua não haverá movimento de tropas. "Durante esse período, a população civil de Gaza receberá ajuda humanitária de urgência e terá oportunidade de enterrar os mortos, cuidar dos feridos e repor provisões de alimentos", diz o comunicado.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, anunciaram que delegados palestinos e israelenses estão se dirigindo de maneira imediata ao Cairo para negociar com o governo do Egito, que atuará como mediador para conseguir o fim das hostilidades.

Até agora 1.428 pessoas morreram em Gaza, e outras oito mil ficaram feridas nos 24 dias da operação militar israelense sobre a Faixa, enquanto as baixas em Tel Aviv não chegam a 100, quase todas, militares.

Contexto

Quando Israel terminou a ocupação de 38 anos da Faixa de Gaza ao retirar colonos em 2005, o então premiê Ariel Sha­­ron saudou a iniciativa como um "desligamento" do conflito com os palestinos no enclave costeiro. Mas o conflito não acabou, só mudou.

Israel continuou expandindo os assentamentos na Cisjordânia, um território que os palestinos também querem para o seu futuro Estado. Radicais islâmicos tomaram o controle da Faixa de Gaza em 2007 e esforços periódicos dos EUA para mediar uma paz permanente entre Israel e a Autoridade Palestina, sob o comando do presidente secular Mahmoud Abbas, têm se revelado infrutíferos.

No vácuo diplomático, o confronto se intensificou. Israel isolou Gaza em um bloqueio de asfixia econômica, e o grupo que controla o território, o Hamas, e outras facções militantes dispararam foguetes com alcance cada vez maior e com uma frequência crescente, apesar de serem pouco precisos, em direção ao Estado judeu.

Nos últimos anos, a gestão de conflitos prevaleceu sobre a pacificação.

"Tel Aviv tem de responder por crimes", diz ONU

Reuters

A principal autoridade da ONU em direitos humanos disse ontem acreditar que Israel está deliberadamente desafiando a lei internacional com a ofensiva militar na Faixa de Gaza, e que as potências mundiais deveriam considerar o país responsável por crimes de guerra.

Israel atacou casas, escolas, hospitais e instalações da ONU em aparente violação às Convenções de Genebra, disse a alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Navi Pillay.

"Portanto, eu diria que eles parecem desafiadores", disse Pillay a jornalistas. "É por isso que digo uma vez, e outra vez, que não podemos permitir a impunidade, não podemos permitir que prossiga essa falta de responsabilidade."

Os militantes do Hamas na Faixa de Gaza também violaram a lei humanitária internacional ao disparar foguetes indiscriminadamente contra Israel, algumas vezes em áreas densamente povoadas, disse Pillay.

Ela também criticou os EUA, principal aliado de Israel, por não usarem sua influência sobre o Estado judeu para que interrompa a violência.

"Muitos dos meus comentários são direcionados aos EUA, já que são uma parte com influência sobre Israel, para que façam muito mais para pôr fim à matança", disse.

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