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NETZARIM, Faixa de Gaza - Tropas israelenses marcharam, sem encontrar resistência, sobre o último assentamento à espera da desocupação na Faixa de Gza, para completar a retirada do território palestino, ocupado por quatro décadas.

Na Cisjordânia, porém, judeus radicais que se opõem à entrega dos assentamentos ou de qualquer pedaço de terra aos palestinos preparam-se para resistir em dois enclaves que também serão removidos, sob o plano de retirada do primeiro-ministro Ariel Sharon.

Na colônia de Netzarim, a última desocupada na Faixa de Gaza, houve lágrimas e insultos, mas nenhum sinal dos protestos barulhentos ou das barricadas em fogo que receberam os soldados em alguns dos outros 20 assentamentos desocupados na semana passada. Desta vez, os soldados acompanharam os colonos durante duas horas de orações e choro.

Em seguida, os homens abraçaram-se e iniciaram uma lamuriosa procissão, levando nos ombros um grande menorah, um candelabro judeu, removido da sinagoga do assentamento.

- Estamos saindo contra a nossa vontade, mas não estamos saindo de cabeça baixa - disse o rabino Tzion Tzion-Tawil. - As mudas que estão sendo arrancadas daqui serão plantadas através do país, até que retornemos para Netzarim.

A comunidade agrícola religiosa de Netzarim, um dos primeiros assentamentos estabelecidos em Gaza depois da guerra de 1967, foi freqüentemente alvo de radicais palestinos. Netzarim cortava a Faixa de Gaza em duas.

- Eu espero que nossa tragédia termine logo - disse o agricultor palestino Rashaad Badawi, que vive perto de Netzarim.

Apesar das cenas de colonos sendo arrastados em prantos de suas casas e de manifestantes sendo retirados aos gritos de sinagogas, a retirada dos 8,5 mil israelenses que viviam na Faixa de Gaza levou um terço do tempo esperado. Foram oito dias, em vez de três semanas.

Mais choques são esperados em Sanur e Homesh, dois de quatro assentamentos da Cisjordânia de que foi imposta remoção. A retirada à força começa na terça-feira. As duas colônias estão inchadas, com centenas de jovens manifestantes saídos dos assentamentos mais radicais para tentar dificultar a desocupação.

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