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As forças israelenses retiraram-se da Faixa de Gaza em definitivo nesta segunda-feira. O Estado judeu deixou o território palestino, que faz fronteira com o Egito, depois de 38 anos de ocupação, seguindo o polêmico plano de "desconexão" do primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon. A retirada de tropas completa o processo iniciado no mês passado, com a saída dos colonos judeus dos 21 assentamentos que Israel mantinha na Faixa Gaza. Para trás, as tropas deixaram palestinos em festa e fúria. Prédios de sinagogas que Sharon decidira na semana passada que não derrubaria, para não desagradar os ortodoxos, foram depredados e incendiados. Em seguida, tratores iniciaram sua demolição, sob comando da Autoridade Palestina.

Tão logo as últimas tropas israelenses saíram, funcionários da segurança palestinos hastearam a bandeira da Autoridade Palestina pela primeira vez no quartel-general da Faixa de Gaza, Na noite de domingo (horário local), a bandeira de Israel havia deixado de tremular nos mastros.

Milhares de palestinos festejaram a retirada de Israel com bailes, música e disparos de tiros para o ar. Jovens, crianças, civis e radicais armados e militares uniram-se, para comemorar ruidosamente. Multidões invadiram as ruínas dos assentamentos israelenses de Morag, Netzarim, Neveh Dekalim e Kfar Darom e incendiaram os prédios das sinagogas, das quais os colonos retiraram todos os símbolos religiosos ao sair, num processo que durou meses e endureceu nos últimos dias do prazo dado pelos governo israelense. Muitos colonos não saíram, o que obrigou as tropas ao uso de força.

Na colônia de Neveh Dekalim, milhares de integrantes de diferentes facções da resistência ocuparam a cidade de Khan Yunes, entraram com suas armas e hastearam uma bandeira palestina na sinagoga.

TRATORES - A Autoridade Nacional Palestina iniciou pela sinagoga de Netzarim a prometida demolição dos templos deixados para trás pelos colonos judeus. A demolição, com ajuda de tratores, começou horas depois da saída das tropas israelenses.

- Agora são instalações vazias que podem ser destruídas - disse o presidente MahmoudAbbas, que rebateu acusações de profanação.

O ministro de Relações Exteriores de Israel, Silvam Shalom, disse que as sinagogas foram alvo de "atos bárbaros" de profanação. Políticos nacionalistas israelenses afirmaram que aquele era um sinal do tipo de ameaça que se espera que venha de Gaza.

Na fronteira do território palestino com o Egito, milhares de pessoas estão cruzando livremente para os dois lados. Há relatos não confirmados de que tropas egípcias mataram um palestino, em circunstâncias pouco claras. Israel pretendia continuar policiando a fronteira, para evitar o contrabando de armas para a Faixa de Gaza, mas um acordo deixou a função para o Egito.

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