O Exército de Israel realizou neste sábado uma incursão no Leste do Líbano, a primeira desde a trégua estabelecida pela ONU no conflito com o Hezbollah. O comando militar israelense afirmou que o objetivo da operação foi interromper o carregamento de armas para guerrilheiros da milícia xiita, vindos da Síria e do Irã. Mas a operação - em que o Hezbollah viu outros motivos - pode ter sido um fracasso. Um soldado israelense morreu e dois ficaram feridos, interceptados pela guerrilha. O primeiro-ministro do Líbano denunciou a operação como "uma violação flagrante" do cessar-fogo, que vigora desde dia 14, após um mês de conflito.
Neste sábado, tropas francesas começaram a chegar ao Líbano, para integrar a força multinacional de paz que a ONU luta para formar.
"Forças especiais realizaram uma operação para cessar ações terroristas contra Israel, com ênfase na transferência de munição da Síria e do Irã para o Hezbollah", disse um representante do exército israelense. A confirmação veio depois do relato de que um avião israelense realizara disparos na região.
- Foi uma violação flagrante da pausa nas hostilidades declarada pelo Conselho de Segurança - disse o premier libanês, Fouad Siniora, a repórteres.
Ele disse que protestou a respeito do incidente com enviados das Nações Unidas que visitam o país e que eles encaminhariam o assunto ao secretário-geral da ONU, Kofi Annan.
A incursão isralense terminou num confronto em que um oficial morreu e dois ficaram feridos - um deles, com gravidade. Segundo a emissora de TV Al-Manar, que pertence ao Hezbollah, as unidades israelenses não visavam interromper o fornecimento de armas do grupo e, sim, atacar o escritório de um alto líder do movimento na vila de Bodai. A informação foi publicada no site do jornal israelense "Haaretz".
A unidade israelense teria sido levada de helicóptero para a região antes do amanhecer. Depois, dirigiu-se em dois carros para Bodai. Mas, antes de chegar lá, teria sido interceptada por guerrilheiros, perto de Baalbek, importante reduto do Hezbolalh. Os militares teriam tentado se identificar como membros do Exército do Líbano, mas não convenceram a milícia e o confronto começou.
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