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Israel não tem condições de derrotar o Hezbollah em um confronto direto, e, se explodisse uma guerra, o grupo guerrilheiro libanês infligiria danos pesados no front israelense, disse nesta quinta-feira (16) um ex-assessor de segurança nacional de Israel

A despeito de sua inferioridade em combatentes e armas, o Hezbollah bloqueou o avanço das forças armadas de Israel na guerra de 2006 e disparou mais de 4 mil foguetes contra território israelense. O grupo possui uma base de poder no Líbano e, depois disso, reforçou seu arsenal, descrito por Israel como ameaça estratégica.

As tensões de Israel com o Irã e a Síria, que dão respaldo ao Hezbollah, vêm alimentando a previsão de retomada da violência no Líbano.

"Israel não sabe como derrotar o Hezbollah", disse Giora Eiland, ex-general do Exército que foi assessor de segurança nacional dos ex-primeiros-ministros Ariel Sharon e Ehud Olmert.

"Por isso, uma guerra travada unicamente entre Israel e o Hezbollah poderia infligir danos melhores ao Hezbollah, mas o Hezbollah infligiria danos muitíssimos maiores no front doméstico de Israel do que fez quatro anos e meio atrás", disse Eiland à Rádio Israel.

Ecoando as palavras das atuais autoridades israelenses, Eiland disse ainda:

"Nossa única maneira de evitar uma próxima guerra, e de vencê-la se mesmo assim ela acontecer, será deixar claro a todos que uma outra guerra entre nós e o Hezbollah será uma guerra entre Israel e o Estado do Líbano e será altamente destrutiva para o Estado do Líbano."

"Como ninguém - incluindo o Hezbollah, os sírios ou os iranianos - está interessado nisso, esta é a melhor maneira de criar uma dissuasão eficaz."

Com a exceção de uma escaramuça letal ocorrida em agosto entre forças israelenses e o exército libanês regular, a fronteira entre Líbano e Israel tem estado tranquila, de maneira geral.

Mas os israelenses estão atentos para possíveis sinais de que o Hezbollah, se for citado em um indiciamento da ONU pelo assassinato do ex-primeiro-ministro libanês Rafiq Hariri em 2005, reaja consolidando seu poder em Beirute.

O ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, argumenta que, se o Hezbollah assumir um papel governante no Líbano, isso fará do país um alvo justo em qualquer guerra futura envolvendo a milícia xiita.

Eiland disse que tal cenário faria "o mundo inteiro começar a clamar por um cessar-fogo depois de dois dias", algo que seria mais do interesse de Israel "do que ter de lidar diretamente com cada um dos 40 mil foguetes (que se estima que o Hezbollah possua)".

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