Israel nomeou nesta terça-feira um novo comandante para sua guerra no Líbano, o que na prática significa rebaixar outro general que havia criticado o andamento da ofensiva iniciada há quatro semanas.
Em nota, os militares disseram que o general Moshe Kaplinsky, veterano de campanhas anteriores no Líbano, foi nomeado para "coordenar as operações do Exército israelense no Líbano".
Analistas viram nisso uma manobra para marginalizar o general Udi Adam, chefe do Comando Norte, num momento em que alguns israelenses se perguntam por que o Exército mais poderoso da região não consegue conter os foguetes do Hezbollah, depois de quase um mês de conflito.
O Canal 2 da TV israelense disse que Kaplinsky, subchefe do Estado Maior e ex-comandante na Cisjordânia ocupada, foi indicado porque Adam irritou o primeiro-ministro Ehud Olmert ao acusar os políticos de limitarem a ofensiva no Líbano.
Alguns comentaristas disseram que a tensão dentro dos quartéis pode prejudicar o esforço de guerra de Israel, e que a mudança de liderança pode refletir frustrações dentro de uma força que há muito tempo se orgulha de derrotar seus inimigos rapidamente.
Apesar disso, as pesquisas demonstram forte apoio popular à guerra, iniciada em 12 de julho, quando o Hezbollah fez uma incursão em território israelense e sequestrou dois soldados do país, além de matar oito.
Israel retaliou bombardeando o sul do Líbano, e o Hezbollah passou a lançar foguetes contra o norte de Israel.
A última vez que um general deixou um posto de comando em Israel no auge de uma guerra foi em 1973, na Guerra do Yom Kipur, quando Israel sofreu ataques-surpresa da Síria e do Egito, além de fortes baixas.
Desta vez, a troca foi decidida pelo general Dan Halutz, que assumiu o comando do Exército israelense em 2005.
A cúpula militar passou a semana passada tentando convencer o governo a ampliar a ofensiva terrestre no Líbano, algo a que Olmert se opõe. Halutz pretende se reunir na quarta-feira com ministros importantes para avaliar a possível ampliação da ofensiva.
Apesar da nomeação de Kaplinsky, Adam vai permanecer no seu posto, segundo nota do Exército. O pai de Adam, general Yekutiel Adam, foi o militar israelense de mais alta patente a ser morto na invasão israelense de 1982 ao Líbano.
Adam disse à TV de Israel que preferia não deixar o posto enquanto suas tropas estão em guerra, mas que não descarta essa saída.
- As decisões relativas ao Comando Norte cabem a mim. Se não for esse o caso, vamos decidir como proceder.
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