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Israel advertiu os integrantes do grupo Hamas, atualmente no comando do governo palestino, que o "céu cairá sobre eles" se ferirem o soldado israelense capturado.

Os militantes que mantêm o israelense em seu poder deram um prazo, esgotado nesta terça-feira, para que o Estado israelense libertasse prisioneiros palestinos.

Enquanto os tanques e soldados de Israel continuam a se concentrar na fronteira do norte da Faixa de Gaza para realizar uma eventual incursão armada no território, o primeiro-ministro do país, Ehud Olmert, disse que a campanha para libertar o cabo Gilad Shalit poderia se transformar em uma "longa guerra".

Três facções palestinas, entre as quais o braço armado do Hamas, abandonaram as negociações com mediadores egípcios que tentavam colocar fim ao impasse em relação a Shalit, disse um líder político do Hamas.

Israel rejeitou o ultimato fixado pelas facções que terminou às 6h (0h de terça em Brasília). Os extremistas exigem que Israel liberte mil prisioneiros em troca do cabo.

Mas o primeiro-ministro palestino, Ismail Haniyeh, do Hamas, pediu aos grupos que regressem à mesa de negociações, colocando-se em rota de colisão com os militantes, para os quais novas discussões a respeito do destino de Shalit estão fora de questão.

Haniyeh também pediu aos militantes que mantenham Shalit vivo. Israel deu indícios de que pode assassinar o premier palestino.

As facções avisaram o governo israelense de que ele será "totalmente responsável pelas futuras conseqüências", caso a exigência de troca de prisioneiros não seja atendida.

Israel autorizou as Forças Armadas a lançarem uma ofensiva mais ampla no norte da Faixa de Gaza, apesar de não haver indícios sobre quando essa ação militar começaria, disse o jornal "Maariv".

- Trata-se de uma guerra de longa duração - afirmou Olmert. - Precisamos ter muita paciência, algumas vezes um comedimento interminável. Temos de saber o momento certo de cerrar os dentes e desferir o golpe decisivo.

Os EUA pressionam Olmert a dar mostras de moderação e a adotar medidas para minimizar o número de vítimas entre os civis.

O Hamas acusou Israel de tentar depor seu governo de três meses, levado à beira do colapso financeiro pelo Estado israelense e por potências ocidentais devido ao corte no envio de ajuda.

Preparativos Israelenses

Membros das forças de segurança palestinas disseram que Israel aumentou o número de veículos blindados estacionados na parte norte da fronteira da Faixa de Gaza, região da qual as forças israelenses se retiraram no ano passado.

Um pequeno contingente militar israelense avançou para dentro do norte da Faixa de Gaza em busca de explosivos e túneis. Mas o Exército disse que essa investida não era parte de uma incursão mais ampla.

Durante a noite, um ataque aéreo realizado por Israel na região matou um militante. Israel deu indícios de que pode assassinar líderes do Hamas se Shalit não for libertado.

- Quero deixar claro que nenhum deles estará imune - afirmou Olmert.

O ministro israelense do Interior, Roni Bar-On, disse à Rádio Israel:

- Os integrantes do Hamas sabem que o céu cairá sobre eles se ferirem Gilad Shalit.

Haniyeh reuniu-se, pela primeira vez desde que Israel bombardeou o gabinete dele, com o que sobrou de seu ministério nesta terça-feira. Israel prendeu mais de um terço dos ministros palestinos, além de dezenas de parlamentares e autoridades da Cisjordânia ocupada.

O Hamas, que defende a destruição de Israel, não deseja ser humilhado ao libertar Shalit sem receber nada em troca. O governo israelense diz que não quer abrir um precedente capaz de incentivar os militantes a realizarem novas capturas.

Integrantes das forças de segurança israelenses disseram que havia a possibilidade de realizar uma investida pontual para tentar resgatar Shalit, mas que tal operação seria arriscada em virtude do emaranhado de pequenas ruas que caracteriza as cidades da região. O último soldado levado por palestinos foi morto em uma tentativa malsucedida de resgate, em 1994.

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