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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse ao vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que apenas uma ameaça "crível" de ação militar impediria o Irã de desenvolver uma bomba atômica, revelou um alto funcionário israelense. Nesta segunda-feira o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, rejeitou os comentários de Netanyahu.

"Nós sabemos que eles estão preocupados com o impacto das sanções. As sanções estão tendo mais peso que eles anteciparam e nós estamos trabalhando muito duro nisso", disse Gates, durante visita à Austrália para tratar de temas de segurança.

"Portanto, eu discordaria que apenas uma ameaça militar crível pode levar o Irã a tomar ações que precisa para encerrar seu programa de armas nucleares", avaliou Gates. "Nós estamos preparados para fazer o que for necessário, mas nesse momento nós continuamos a acreditar que a abordagem político-econômica que estamos tomando está de fato tendo um impacto sobre o Irã."

O funcionário israelense pediu anonimato. "A única forma de garantir que o Irã não obtenha armas nucleares é criando uma ameaça crível de ação militar contra ele (país persa), se ele não parar sua corrida para adquirir uma bomba nuclear", disse Netanyahu a Biden, segundo essa fonte.

A administração do presidente Barack Obama não descarta uma ação militar contra o Irã, mas tem enfatizado as sanções e a diplomacia como curso preferencial para lidar com o impasse. As potências lideradas pelos EUA temem que o Irã busque secretamente armas nucleares, mas Teerã afirma ter apenas fins pacíficos, como a produção de energia.

O diálogo entre Biden e Netanyahu, em Nova Orleans, ocorreu no momento em que as potências se preparam para retomar as conversas com o Irã sobre o programa nuclear do país. A notícia vem a público também dias após as eleições de meio de mandato nos EUA, quando o Partido Democrata de Obama perdeu o controle da Câmara dos Representantes e viu sua maioria no Senado diminuir. O senador republicano Lindsey Graham disse no sábado que os conservadores norte-americanos querem uma ação "corajosa" contra Teerã.

O Irã já sofreu quatro rodadas de sanções no Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidos (ONU) por seu programa nuclear. Os EUA e a União Europeia (UE) já impuseram também outras punições unilaterais. O diálogo nuclear inclui Reino Unido, China, França, Rússia, Alemanha e Estados Unidos. As conversas estão paradas desde outubro de 2009. As informações são da Dow Jones.

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