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Israel quer que as Forças Armadas da Turquia impeçam o Irã de usar o território turco para enviar novas armas ao Hezbollah, afirmou nesta quinta-feira um membro das forças de segurança israelenses.

Os serviços de inteligência do Estado judaico acreditam que quase todas as armas pesadas enviadas pelo Irã ao Hezbollah passaram pelo território ou pelo espaço aéreo turcos a caminho da Síria, antes de chegarem às mãos do grupo xiita no Líbano, disseram integrantes das forças de segurança.

Uma trégua patrocinada pela Organização das Nações Unidas (ONU) entrou em vigor na segunda-feira, colocando fim aos combates entre Israel e o Hezbollah.

A resolução da ONU prevê um embargo de armas contra a guerrilha, que disparou quase 4 mil foguetes no norte de Israel. Mas não determina como seria realizado esse embargo.

Segundo os membros das forças de segurança israelenses, que não quiseram ter sua identidade revelada, a Turquia é fundamental porque as rotas alternativas de envio de armas por meio do Iraque e da Jordânia tinham sido interrompidas.

Mark Regev, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, não quis fazer comentários específicos sobre o papel a ser eventualmente desempenhado pela Turquia, país que integra a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e que mantém boas relações com Israel e com os países árabes.

Mas o porta-voz afirmou:

- A implantação bem-sucedida do embargo internacional de armas é o teste principal sobre o sucesso dos esforços da ONU no Líbano.

Autoridades turcas não quiseram se manifestar sobre o assunto.

Integrantes do governo de Israel disseram que ao menos dois aviões iranianos foram obrigados a pousar na Turquia nas últimas semanas, depois de o Estado judaico ter informado os militares turcos da presença de armas para o Hezbollah nas aeronaves. O jornal turco Hurriyet afirmou que os aviões foram vasculhados e que não foram encontrados armamentos.

Foguetes de longo alcance

Israel acredita que as armas, incluindo os foguetes de longo alcance, viajaram através do território turco chegando à Síria, antes de serem enviadas por terra, pelo mar ou pelo ar para o Líbano.

- Pedimos à Turquia que adote todas as medidas necessárias para impedir a transferência, do Irã para a Síria, de armas destinadas ao Hizbollah - disse um membro das forças de segurança israelenses. - O futuro do embargo depende da Turquia.

O governo jordaniano já impede que os carregamentos vindos do território iraniano passem por seu espaço aéreo, afirmou Israel. Diplomatas de países ocidentais disseram que as forças americanas não permitem que os armamentos saídos do Irã passem pelo território iraquiano.

- Podemos nos deparar, nos próximos dias, com uma tentativa da Síria de rearmar o Hezbollah com foguetes. O que devemos fazer? Se isso acontecer, significará uma derrota para Israel - disse um membro das forças de segurança de Israel.

Segundo autoridades israelenses, o Exército do país, apesar do cessar-fogo, usaria a força para evitar que comboios de arma entrassem no Líbano.

Autoridades de Israel disseram que tais operações, que poderiam incluir ataques aéreos, são de natureza "defensiva" e, por isso, permitidas pela resolução do Conselho de Segurança da ONU que impôs o fim da "ofensiva militar" do Estado judaico.

A Turquia deve enviar soldados para participar de uma força da ONU a ser estacionada no Líbano e encarregada de garantir o cumprimento da trégua. O país, majoritariamente muçulmano, possui o segundo maior contingente militar da Otan e já participou de várias missões de paz.

Autoridades de Israel avaliam que entre 75% e 80% dos foguetes de longo alcance do Hizbollah foram destruídos. Alguns diplomatas de países ocidentais, porém, duvidam dessas cifras.

Os mísseis Zelzal-2, fornecidos pelo Irã, são a principal preocupação de Israel. Eles possuem um raio de ação de 210 quilômetros, o que significa que poderiam atingir Tel Aviv, a capital comercial de Israel.

Durante os conflitos recentes, o Hezbollah disparou um míssil iraniano C-802 contra uma embarcação da Marinha de Israel, matando quatro tripulantes.

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