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Roma – A conferência internacional para o Líbano, realizada ontem em Roma, com representantes da Organização das Nações Unidas (ONU) e de 18 países, incluindo Estados Unidos, nações européias e árabes, não chegou a acordo para um cessar-fogo imediato no conflito. Esse desfecho já era esperado, apesar de o conflito entre Israel e o Hezbollah, que completou ontem 15 dias, já ter provocado mais de 450 mortes. O lado de Israel pesou mais forte, mesmo sem representante na reunião, o país impôs sua recusa a um cessar-fogo.

O encontro terminou com um chamado pelo fim da violência e a decisão de envio à região de uma força de paz sob o mandato da ONU – sem que se entrasse em detalhes sobre sua composição. Essa força teria de 10 mil a 20 mil soldados de países "neutros" e seria encarregada de manter a paz na fronteira entre Líbano e Israel.

A secretária norte-americana de Estado, Condoleezza Rice, afirmou que o principal objetivo dessas tropas será ajudar o governo libanês na ação de desarmar o grupo xiita Hezbollah, medida que teria o apoio do primeiro-ministro do Líbano, Fuad Siniora, que esteve na conferência e fez um apelo emocionado pelo cessar-fogo imediato. Além de Israel, Síria e Irã não foram convidados.

Siniora disse aos jornalistas que Israel só pode ter esperança de viver em paz e segurança tendo boas relações com os vizinhos. Uma maneira para isso – afirmou – seria negociando a libertação dos presos libaneses, a devolução das Fazendas de Shebaa – pequena área na fronteira que a Síria diz ter cedido ao Líbano, mas Israel alega ser parte das colinas sírias do Golan (que ocupa desde 1967).

O plano inicial de mandar um contingente da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) foi deixado de lado depois que essa aliança de países alegou estar sobrecarregada (tem tropas no Afeganistão). Aparentemente, a Otan não quis envolver-se no conflito. Em entrevista ao Le Monde, o presidente francês, Jacques Chirac, afirmou que "a Otan é vista no Oriente Médio como braço armado do Ocidente".

No comunicado final, os diplomatas dos EUA, Europa, Egito, Jordânia e Arábia Saudita pediram a realização de uma conferência regional, que incluiria Síria e Irã. Segundo o New York Times, o documento adotou uma linguagem nebulosa, que reflete o desejo dos EUA de dar a Israel tempo para continuar o bombardeio de alvos do Hezbollah.

Para os EUA, o conflito não será resolvido, de modo duradouro, sem o enfraquecimento do Hezbollah. O motivo inicial do conflito – o seqüestro de dois soldados israelenses pelo Hezbollah – ficou em segundo plano.

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