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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, elogiou na quarta-feira o presidente dos EUA, Barack Obama, e conversou por telefone com o vice dele, Joe Biden, enquanto a crise provocada pela expansão de um assentamento judaico assume tons mais brandos.

Mas o presidente palestino, Mahmoud Abbas, lançou mais dúvidas sobre um início rápido de negociações indiretas com Israel, reafirmando sua exigência de uma paralisação prévia das obras nos assentamentos.

Numa semana de retórica carregada entre EUA e Israel, Netanyahu teve de se distanciar de declarações de um cunhado ultranacionalista que, numa entrevista por rádio, chamou Obama de anti-semita.

"Tenho profundo apreço pelo compromisso do presidente Obama com a segurança de Israel, o que ele já expressou muitas vezes", disse Netanyahu em nota, numa alusão indireta à entrevista de Hagai Ben-Artzi, irmão da mulher dele.

Israel irritou os EUA e os palestinos ao anunciar na semana passada, durante visita de Biden, um projeto para construir 1.600 casas para colonos em uma parte da Cisjordânia anexada ao município de Jerusalém.

Uma fonte política israelense disse que Netanyahu, que já havia pedido desculpas a Biden por causa do anúncio feito durante a visita, conversou com ele por telefone. Essa fonte não deu detalhes sobre o diálogo.

Nos últimos dias, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, disse que a ampliação do assentamento é um insulto e pressionou Israel a mostrar na prática o seu compromisso com o processo de paz.

Na terça-feira, no entanto, Hillary abrandou o tom e disse a jornalistas que EUA e Israel mantêm "um vínculo estreito e inabalável", e que Washington preserva seu "absoluto compromisso com a segurança de Israel".

Um porta-voz do Departamento de Estado deixou claro, no entanto, que os EUA esperam para breve uma resposta formal de Israel às exigências apresentadas por Hillary a Netanyahu na semana passada.A imprensa israelense diz que a secretária quer que Israel arquive o projeto e aceite discutir as principais questões com os palestinos assim que a negociação indireta começar. Netanyahu diz que não irá restringir a construção de moradias para judeus em Jerusalém.

Com apoio da Liga Árabe, Abbas aceitou há duas semanas participar de um processo sob mediação dos EUA, abandonando na prática sua exigência de que Israel suspenda toda a atividade colonizadora, conforme prevê o "mapa da paz" proposto por Washington em 2003.

Mas, reafirmando sua exigência original, Abbas disse a jornalistas na quarta-feira: "Reivindicamos o cumprimento dos compromissos antes de irmos para negociações indiretas."

Na terça-feira, o representante especial da Casa Branca para a região, George Mitchell, adiou sua volta ao Oriente Médio, para antes participar de uma reunião em Moscou com outros mediadores, na quinta e sexta-feira.

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