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Jerusalém – O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, assegurou ontem, no início da sessão do Conselho de Ministros, que está decidido a "terminar o quanto antes" o muro de separação com os palestinos. "Terá de avançar o mais rapidamente possível. As decisões que serão adotadas permitirão terminar o quanto antes a barreira de segurança para evitar as tentativas de atentados", declarou Olmert à imprensa.

O governo também aprovou um novo traçado do muro, depois de Olmert ter ordenado na quarta-feira "tapar imediatamente todas as brechas" na região de Jerusalém de forma provisória. Segundo as autoridades, o último atentado suicida em Israel, que deixou nove mortos em Tel Aviv no dia 17 de abril, foi cometido por um suicida que se infiltrou por uma brecha na região de Jerusalém. Além disso, o governo também deu luz verde ao traçado definitivo do muro nas regiões dos blocos de colônias de Ariel e de Gush Etzionet, no sul de Hebron.

Os trabalhos deveriam ter sido concluídos em 2005, mas vários recursos apresentados pelos palestinos afetados na Suprema Corte atrasaram a construção de cerca de 100 quilômetros, em particular na região de Jerusalém Leste, ocupada e anexada por Israel.

Apresentado por Israel como uma ação antiterrorista, o muro se estenderá ao longo de 650 quilômetros. Os palestinos o chamam de Muro do Apartheid, pois penetra na Cisjordânia, o que dificulta a criação de um Estado palestino com continuidade territorial. Segundo o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU, três quartos do muro planejado estão na Cisjordânia e só 145 quilômetros seguem a ‘linha verde’, que até 1967 separava Israel dos territórios palestinos. A barreira de separação é formada de alambrados, fossos, postos eletrônicos e muros de cimento de até nove metros de altura.

Concebido durante o governo de Ariel Sharon, trata-se de um dos projetos mais onerosos realizados por Israel, cujo custo total é estimado em US$ 3,2 bilhões. Em 2004, a Corte Internacional de Justiça (CIJ) julgou ilegal a construção da barreira e exigiu sua destruição, assim como fez posteriormente a Assembléia-Geral das Nações Unidas. Israel, no entanto, vem ignorando essas decisões não-vinculantes e prossegue com a construção do muro.

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