
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse ontem que enviará a Washington uma equipe liderada por seu conselheiro de segurança nacional para conversações com os Estados Unidos sobre o acordo nuclear com o Irã, segundo o qual o país paralisará durante seis meses seu programa nuclear.
"Conversei na noite passada com o presidente Obama. Concordamos em que nos próximos dias uma equipe israelense liderada pelo conselheiro de segurança nacional, Yossi Cohen, vá discutir com os Estados Unidos o acordo permanente com o Irã", disse ele publicamente a membros de seu partido, o Likud.
Obama telefonou no domingo para o primeiro-ministro israelense. Em comunicado, a Casa Branca informou que os dois líderes "reafirmaram seu objetivo comum de impedir que o Irã obtenha uma arma nuclear".
Obama explicou ao israelense que o Conselho de Segurança da ONU (EUA, Reino Unido, França, China e Rússia) mais a Alemanha utilizarão os próximos meses para buscar "uma solução duradoura, pacífica e integral".
"Esse acordo tem de produzir um resultado: o desmantelamento da capacidade militar nuclear do Irã", disse Netanyahu. "Eu ficaria feliz em poder me juntar às vozes em todo o mundo que saudaram o acordo de Genebra. É verdade que a pressão internacional que nós exercemos trouxe um resultado melhor do que o originalmente esperado, mas continua a ser um mau acordo", declarou.
O acordo
O Irã e seis potências mundiais fecharam no domingo um acordo para contenção do programa nuclear iraniano em troca de um alívio nas sanções impostas ao país, dando início a uma estratégia para reduzir o risco de uma guerra mais ampla no Oriente Médio. O acordo suspende a atividade nuclear mais sensível, o enriquecimento de urânio em nível elevado.
Congresso americano é empecilho
Agência Estado
O acordo temporário obtido durante o fim de semana com o Irã abre caminho para a normalização das relações entre a república islâmica e o Ocidente, mas tal perspectiva alarma os rivais regionais de Teerã, mais especificamente Israel e Arábia Saudita. O principal empecilho a esse desdobramento, porém, talvez esteja dentro do próprio Congresso norte-americano.
Horas depois da assinatura do acordo, congressistas norte-americanos, tanto democratas quanto republicanos, mostravam-se céticos com o avanço e já ameaçavam levar adiante propostas de novas sanções contra o Irã.
O senador democrata e presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado dos Estados Unidos, Robert Menendez, afirmou no domingo que planejaria um novo pacote de sanções "se as negociações falharem, se o Irã não implementar o que for cumprido ou se violar o acordo provisório". Já o senador Chuck Schumer disse que estava desapontado com o acordo, classificado como "desproporcional".



