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Vendedor de tapetes iranianos em Dubai: fim das sanções deve melhorar negócios do país | Mohammed Omar/Reuters
Vendedor de tapetes iranianos em Dubai: fim das sanções deve melhorar negócios do país| Foto: Mohammed Omar/Reuters

Economia

União Europeia deve diminuir sanções ao Irã em dezembro

O ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, disse ontem que as sanções da União Europeia ao Irã devem diminuir em dezembro. A redução faz parte do acordo entre Teerã e as potências do grupo 5+1 para reduzir seu programa nuclear.

Em entrevista à rádio Europe 1, ele disse que os EUA também deverão fazer a mesma coisa nos próximos dias. "A suspensão das sanções será limitada, calibrada e reversível. Com esse acordo, os iranianos não poderão fazer nenhum avanço em matéria nuclear", afirmou.

"O que garantimos de um lado e do outro é um programa de enriquecimento. Não é a mesma coisa que um direito ao enriquecimento, nos termos celebrados mutuamente", acrescentou

Fabius, que também descartou qualquer ação militar de Israel, que não concorda com a negociação e ainda afirma que Teerã quer produzir uma bomba atômica.

O acordo com o Irã provocou a alta das bolsas de valores europeus, em especial pela expectativa da retomada das importações de petróleo iraniano. As bolsas de Londres, Frankfurt e Paris registraram ascensão.

Desbloqueio

O Irã anunciou ontem que os EUA, em virtude do acordo, já desbloquearam US$ 8 bilhões em fundos iranianos retidos em bancos americanos. O valor destoa da expectativa de funcionários do governo americano, que estimavam um pacote de US$ 6 bilhões ou US$ 7 bilhões, incluindo fundos desbloqueados e outros incentivos. Especula-se que a quantia liberada seja parte dos fundos iranianos retidos em 1979.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse ontem que enviará a Washington uma equipe liderada por seu conselheiro de segurança nacional para conversações com os Estados Unidos sobre o acordo nuclear com o Irã, segundo o qual o país paralisará durante seis meses seu programa nuclear.

"Conversei na noite passada com o presidente Obama. Concordamos em que nos próximos dias uma equipe israelense liderada pelo conselheiro de segurança nacional, Yossi Cohen, vá discutir com os Estados Unidos o acordo permanente com o Irã", disse ele publicamente a membros de seu partido, o Likud.

Obama telefonou no domingo para o primeiro-ministro israelense. Em comunicado, a Casa Branca informou que os dois líderes "reafirmaram seu objetivo comum de impedir que o Irã obtenha uma arma nuclear".

Obama explicou ao israelense que o Conselho de Segurança da ONU (EUA, Reino Unido, França, China e Rússia) mais a Alemanha utilizarão os próximos meses para buscar "uma solução duradoura, pacífica e integral".

"Esse acordo tem de produzir um resultado: o desmantelamento da capacidade militar nuclear do Irã", disse Netanyahu. "Eu ficaria feliz em poder me juntar às vozes em todo o mundo que saudaram o acordo de Genebra. É verdade que a pressão internacional que nós exercemos trouxe um resultado melhor do que o originalmente esperado, mas continua a ser um mau acordo", declarou.

O acordo

O Irã e seis potências mundiais fecharam no domingo um acordo para contenção do programa nuclear iraniano em troca de um alívio nas sanções impostas ao país, dando início a uma estratégia para reduzir o risco de uma guerra mais ampla no Oriente Médio. O acordo suspende a atividade nuclear mais sensível, o enriquecimento de urânio em nível elevado.

Congresso americano é empecilho

Agência Estado

O acordo temporário obtido durante o fim de semana com o Irã abre caminho para a normalização das relações entre a república islâmica e o Ocidente, mas tal perspectiva alarma os rivais regionais de Teerã, mais especificamente Israel e Arábia Saudita. O principal empecilho a esse desdobramento, porém, talvez esteja dentro do próprio Congresso norte-americano.

Horas depois da assinatura do acordo, congressistas norte-americanos, tanto democratas quanto republicanos, mostravam-se céticos com o avanço e já ameaçavam levar adiante propostas de novas sanções contra o Irã.

O senador democrata e presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado dos Estados Unidos, Robert Menendez, afirmou no domingo que planejaria um novo pacote de sanções "se as negociações falharem, se o Irã não implementar o que for cumprido ou se violar o acordo provisório". Já o senador Chuck Schumer disse que estava desapontado com o acordo, classificado como "desproporcional".

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