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Israel e Estados Unidos vivem uma "crise de proporções históricas" por causa da ampliação de assentamentos judaicos, deixando as relações bilaterais no seu pior momento em 35 anos, disse o embaixador de Israel nos EUA, segundo a edição desta segunda-feira do jornal Yedioth Ahronoth.

"As relações com os Estados Unidos estão na sua pior crise desde 1975... Uma crise de proporções históricas", afirmou o diplomata Michael Oren numa conversa telefônica com outros diplomatas israelenses, segundo relato do jornal, corroborado por outros veículos da imprensa local.

A declaração contradiz o esforço do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para minimizar os atritos com o governo de Barack Obama. A chancelaria israelense não se manifestou.

A referência de Oren a 1975 faz alusão à pressão dos EUA naquela época para que Israel retirasse suas tropas da península do Sinai, região egípcia ocupada por Israel entre 1967 e 1982.

Na semana passada, o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, passou constrangimento durante uma visita a Israel, quando o governo local anunciou a intenção de construir 1.600 casas em um bairro da Cisjordânia anexado sem reconhecimento internacional ao município de Israel.

Os EUA pressionam Israel a suspender a ampliação dos seus assentamentos em territórios ocupados, e os palestinos durante meses fizeram disso uma pré-condição para a retomada do processo de paz com os israelenses, abandonado há mais de um ano.

Depois, eles aceitaram uma negociação indireta, sob mediação dos EUA, mas afirmaram que esse mecanismo também será cancelado se Israel não desistir das novas obras.

Washington reagiu com termos duros ao novo projeto israelense, mas na sexta-feira a secretária de Estado Hillary Clinton afirmou à CNN que a relação bilateral "não está em risco... é durável e forte."

No domingo, Netanyahu lamentou a divulgação da notícia sobre as obras, o que qualificou de um tropeço burocrático. "Sabemos como lidar com estas situações - com equanimidade, responsável e seriamente", disse.A imprensa israelense disse que Hillary ligou para Netanyahu na sexta-feira exigindo que ele revertesse o anúncio sobre as obras no assentamento de Ramat Shlomo. Abandonar o projeto, no entanto, pode causar divisões dentro da coalizão conservadora que governa Israel, e da qual partidos favoráveis aos colonos participam.

O enviado especial da Casa Branca à região, George Mitchell, volta nesta semana ao Oriente Médio para tentar promover a retomada do diálogo, suspenso desde dezembro de 2008.

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