• Carregando...
Manifestante que defende o fim da ofensiva contra palestinos em Gaza participa de protesto diante da embaixada de Israel em Buenos Aires, na Argentina | Marcos Brindicci/Reuters
Manifestante que defende o fim da ofensiva contra palestinos em Gaza participa de protesto diante da embaixada de Israel em Buenos Aires, na Argentina| Foto: Marcos Brindicci/Reuters

Soldados

A crescente lista de baixas israelenses só reforçou a determinação do país a prosseguir com a campanha contra o Hamas até que o grupo extremista seja enfraquecido significativamente. Israel disse que mais três dos seus soldados foram mortos em Gaza ontem, elevando o total de militares mortos para 35.

Crianças

A urgência de uma trégua foi causada pela morte, na quinta-feira, de 15 pessoas em uma escola da Organização das Nações Unidas onde civis buscam abrigo, no norte da Faixa de Gaza, em um ataque que as autoridades locais atribuíram à artilharia de Israel. O episódio foi bastante criticado por vários líderes mundiais.

Personagem

Líder do Hezbollah pede apoio militar dos árabes aos islamitas do Hamas

Efe

O líder do grupo xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, pediu ontem aos países árabes e muçulmanos respaldar "politicamente e com armamento" o movimento islamita palestino Hamas na luta contra Israel em Gaza. Em uma rara aparição em público, realizada num ato no sul de Beirute por causa do Dia de Al Quds (Jerusalém), Nasrallah ressaltou que é preciso "proteger" o Hamas das pressões que o condicionam a aceitar um cessar-fogo sem cumprir seus objetivos. Nasrallah insistiu na necessidade de suspender o bloqueio a Gaza — uma das condições do Hamas — e lembrou que Irã, Síria e Hezbollah sempre respaldaram a "resistência" palestina contra Israel. "É preciso deixar as divergências de lado e se unir em torno de Gaza, uma questão justa e não discutível. Nós, como Hezbollah, não seremos mesquinhos em dar nosso apoio, somos verdadeiros parceiros porque sua vitória ou derrota é a nossa", afirmou. Nesse aspecto, sem nomeá-los, Nasrallah citou que alguns regimes árabes se mostram como "cúmplices de Israel e dos EUA em detrimento da causa palestina". O líder do Hezbollah também assinalou que os conflitos que ocorrem no mundo árabe, em alusão à Síria e Iraque, buscam distrair a atenção da causa palestina. Para Nasrallah, a região atravessa agora a "etapa mais perigosa" desde a fundação de Israel, cujo objetivo é "erradicar a causa palestina e o espírito da resistência, isolando o povo palestino". A presença de Nasrallah no ato de ontem foi surpreendente porque ele costuma fazer discursos usando videoconferência por motivos de segurança, desde a guerra entre Israel e Hamas em 2006. A última vez em que Nasrallah apareceu em público foi em novembro de 2013, quando compareceu dois dias seguidos nas cerimônias da festividade de Ashura. O Dia de Al Quds é celebrado desde 1979, quando o líder da revolução islâmica, o aiatolá Khomeini, após assumir o poder no Irã, declarou que essa jornada seria celebrada a cada ano coincidindo com o Ramadã.

Israel rejeitou ontem propostas internacionais para um cessar-fogo na campanha contra a Faixa de Gaza, mas aceitou uma trégua humanitária de 12 horas a começar hoje de manhã, afirmaram autoridades de Israel e dos Estados Unidos.

Uma autoridade dos EUA afirmou que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse ao secretário de Estado norte-americano, John Kerry, que Israel iniciará uma trégua de 12 horas em Gaza hoje a partir das 7h locais (1h em Brasília). O Estado judeu não comentou o assunto.

O porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri, afirmou que o movimento, em conjunto com todos os grupos militantes na Faixa de Gaza, concordou com o cessar-fogo temporário a partir das 8h locais que, segundo ele, foi mediado pela ONU.

Mediadores esperam que um cessar-fogo possa entrar em vigor antes de um festival muçulmano que começa na próxima semana, mas têm enfrentado dificuldades para resolver diferenças aparentemente irreconciliáveis — entre Hamas e Israel, que travam um combate desde 8 de julho.

O Hamas, que quer o fim de um bloqueio a Gaza imposto por Israel e Egito antes de concordar com o fim das hostilidades, ainda tem de responder à proposta de cessar-fogo, que não foi divulgada.

Uma autoridade do governo israelense, que não quis ser identificada, disse que o gabinete de segurança do primeiro-ministro de Israel rejeitou o plano de cessar-fogo, porque não permite a Israel continuar interceptando uma rede de túneis clandestinos do Hamas sob a fronteira com Gaza. Com o fracasso da diplomacia, os combates se intensificaram.

Autoridades de Gaza disseram que ataques de Israel mataram ontem 55 pessoas, incluindo o chefe de mídia do Jihad Islâmico, aliado do Hamas, e o filho dele. Assim, o número de palestinos mortos em 18 dias já totaliza 844 pessoas, a maioria civis.

Militantes dispararam uma saraivada de foguetes de Gaza, o que acionou sirenes em grande parte do sul e do centro de Israel, incluindo no principal aeroporto do país. Não houve feridos, e o sistema Domo de Ferro interceptou muitos dos mísseis.

O tumulto em Gaza alimentou as tensões na Cisjordânia ocupada, onde o presidente palestino, Mahmoud Abbas, apoiado pelos Estados Unidos, governa em uma incômoda coordenação com Israel.

Médicos disseram que seis palestinos foram mortos em incidentes separados perto das cidades de Nablus e Hebron, incluindo um tiro que, segundo testemunhas, foi disparado aparentemente por um colono judeu.

Garcia ironiza porta-voz israelense

Agência Estado

O assessor especial da Pre­­sidência da República para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, rebateu ontem a declaração do porta-voz da chancelaria de Israel, Yigal Palmor, de que o Brasil é um "anão diplomático" e "parceiro diplomático irrelevante". "[O porta-voz] é o sub do sub do sub do sub do sub do sub", afirmou Garcia a jornalistas, antes de solenidade no Palácio do Planalto de posse dos membros do Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura. Questionado se a declaração do porta-voz não teria sido deselegante, Garcia respondeu: "Não sou especialista em elegância. A réplica de Israel à dura nota do governo brasileiro, que classificou de "inaceitável" a escalada desproporcional da ofensiva militar sobre Gaza, mexeu com os brios do Itamaraty e do Planalto e resultou numa tréplica do ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo. Mas na avaliação de diplomatas e assessores presidenciais a ordem é encerrar a escalada verbal entre os dois países e evitar bate-boca.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]