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Curitiba – Mesmo em regiões de Israel ainda não atacadas pelo Hezbollah, a população vive em estado de guerra. O brasileiro Henrique Erlich, que mora no kibutz Guivat, conta que o conflito deflagrado há duas semanas condenou centenas de milhares de pessoas a viverem escondidas e sob tensão. A dez quilômetros dos locais atingidos por foguetes do grupo xiita, ninguém sai à rua tranqüilo, relata. "Ao norte de Israel, famílias inteiras estão vivendo em abrigos subterrâneos em pleno verão", relata.

Em sua avaliação, o Hezbollah declarou guerra ao seqüestrar dois soldados israelenses dia 12 e ao lançar foguetes sobre o norte de Israel. A ofensiva israelense é imprescindível para a segurança pública, defende. Até o mês passado, conta, o grupo xiita mantinha-se no Líbano, mas depois resolveu ampliar os lançamentos de foguetes e passar a fronteira.

A situação é pior em cidades como Haifa – a terceira maior cidade isralense –, relata Henrique. "Em praticamente todo o norte, as sirenes tocam quando menos se espera, e todos correm para os abrigos. Essa tem sido a rotina de milhares de pessoas há duas semanas." Ele conta que, nos locais mais críticos, não há como manter a rotina. "Os ataques não têm hora. Os mísseis caem em toda parte."

A estratégia do Hezbollah foi "muito bem planejada", observa. "Eles seqüestraram dois soldados, mataram outros oito e lançaram foguetes em toda a região norte". A idéia de que a ofensiva israelense marcou o início do conflito é equivocada, frisa.

Henrique diz ainda não achar justo o Hezbollah exigir a libertação de presos em troca dos soldados seqüestrados. "Um deles matou uma família inteira, não pode ficar em liberdade".

O conflito ainda vai longe, avalia. O desfecho, acredita, depende mais da interferência de outros países do que de Israel e do Líbano. "Israel quer apenas pôr fim à ameaça que o Hezbollah representa, e não tem outro jeito, a não ser a guerra." Quando o grupo xiita for controlado e as Nações Unidas enviarem uma força de paz à região, os confrontos terão um fim, avalia. Ele acredita que esse processo vai custar pelo menos uma semana.

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