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O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, preferiria que os italianos fossem para a praia e não às urnas neste final de semana. O referendo em questão no domingo e na segunda-feira busca impedir os planos do líder de centro-direita de relançar a energia nuclear e privatizar o fornecimento de água.

Além disso, vai definir sobre a eliminação de uma lei que confere a Berlusconi e a outras autoridades proteção contra processos judiciais. Diante da tentativa do governo de deslegitimar o referendo, os ativistas tentam impulsionar o comparecimento às urnas para que fique acima dos 51%, maioria necessária para validar os votos, quórum não alcançado na Itália desde 1995 em mais de 20 tentativas.

Os eleitores responderão "sim" ou "não" sobre se as quatro leis devem ser derrubadas. Duas delas privatizam o abastecimento de água, enquanto uma terceira lei reintroduz o uso da energia nuclear no país e uma quarta lei exime o primeiro-ministro, os presidentes do Senado e da Câmara, além do presidente da República, de serem processados pela Justiça comum. Freiras e padres realizaram rápidos protestos contra a privatização do fornecimento de água e, nas redes sociais, ativistas contrários a Berlusconi têm espalhado informações sobre a votação.

Se o quórum for alcançado, deve ser por causa das lembranças frescas do desastre nuclear de 11 de março no Japão, provocado pelo grande terremoto e pelo tsunami. A Itália, que também é um país com atividade sísmica, encerrou seu programa de energia nuclear em 1987, após um referendo realizado após o desastre de Chernobyl, na Ucrânia. Embora o referendo tivesse vinculação jurídica de apenas cinco anos, seu poder político se mostrou mais duradouro. Em 2009, Berlusconi prometeu retomar a produção de energia nuclear para reduzir a dependência do petróleo e gás estrangeiros, que têm alto custo.

Os defensores da energia nuclear afirmam que as usinas de terceira geração, propostas para a Itália, são "intrinsecamente seguras" e resistiriam a um terremoto e a um tsunami iguais aos que atingiram o Japão, ponto com o qual os ambientalistas não concordam. O governo lutou para manter a polêmica questão nuclear fora das urnas, abolindo sua própria lei para dar tempo para alguma reflexão, medida que segundo críticos foi um movimento para tornar o referendo irrelevante. As informações são da Associated Press.

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