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Milhares de italianos participaram neste sábado de um ato pela concessão de direitos legais a casais gays e heterossexuais não-casados. Ao mesmo tempo, católicos lançam um movimento contra o que eles consideram um ataque à família "tradicional".

Os manifestantes lotaram uma praça para apoiar um projeto que dá aos casais direitos em áreas como herança.

Alguns deles vestiam trajes de bispos com slogans contra o Vaticano, que considera o projeto de lei um ataque à idéia de que as famílias são baseadas no casamento entre homens e mulheres.

O ato contou com políticos de esquerda membros da coalizão de governo do premiê Romano Prodi. O gabinete do primeiro-ministro italiano está dividido sobre o tema. Alguns católicos da coalizão chamam os homossexuais de ``anormais'' e prometem derrubar o projeto, no momento analisado por uma comissão de parlamentares.

Prodi, um católico praticante, se comprometeu a dar os direitos para os casais de fato, durante a sua campanha de 2006.

- Ganhamos a eleição prometendo fazer algo por um milhão de italianos que não são ligados pelo casamento religioso, mas que querem os seus direitos reconhecidos - afirmou durante o ato Vladimir Luxuria, de esquerda, transexual e que apóia o governo.

Lembrando a pequena maioria de Prodi no Senado, que o levou a uma breve renúncia no mês passado, Luxuria declarou que quem defende o projeto precisa "ser sensível e abrir o debate para a oposição de centro-direita".

Porém, católicos na oposição e no governo citam um artigo constitucional que prevê os direitos da família só para uniões ''naturais'' e "baseadas no casamento''. Eles insistem que isso se refere exclusivamente a casais heterossexuais.

Pierferdinando Casini, da democracia-cristã, de oposição, é contra a proposta de lei. Segundo ele, as diferenças dentro da coalizão de Prodi provam que o ``governo está perdendo o rumo''.

Grupos católicos responderam à manifestação com o lançamento do "Comitê pela Família''. Olimpia Tarzia, presidente da comissão, afirmou que o objetivo da esquerda é "atacar a instituição da família'' e equiparar uniões homossexuais com o casamento.

Um líder do grupo Arcigay, favorável ao projeto, Franco Grillini, declarou, contudo, que a Itália não tem nada a temer, já que outros 20 países da União Européia contam com leis ''muito mais radicais''.

- Nenhum desses países viu as previsões apocalípticas sobre o destino da família tradicional se realizarem - disse.

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