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Blogueiros italianos marcaram um protesto para esta quinta-feira, em Roma, contra um projeto de lei que os tornaria sujeitos a multas de até 12 mil euros. A medida, considerada "fascista" por internautas e pela oposição, seria uma maneira de proteger o premier Silvio Berlusconi, que recentemente viu algumas de suas conversas íntimas rodar o mundo após a liberação de transcrições de grampos telefônicos.

A nova lei, que deve ser votada no Parlamento na semana que vem, quer restringir o direito da imprensa italiana de reproduzir escutas de inquéritos criminais. A medida também eleva blogs à categoria de sites de notícias, outro ponto que revoltou internautas, estipulando que qualquer pessoa que se sinta difamada ou caluniada por blogueiros pode reivindicar o direito de resposta. Se o site negar a réplica, poderá ser multado.

Para Paolo Gentiloni, do partido de oposição Democrata, a própria elaboração do projeto de lei já representa um bloqueio a blogs, sites e redes sociais. Este poderá se tornar o maior protesto de internauta contra Berlusconi, mas não será o primeiro. No ano passado, o premier enfureceu muitos ao tentar passar uma proposta similar para cercear liberdades na internet.

"É um insulto à libertado e à democracia. É uma medida fascista", disse Antonio Di Pietro, líder do partido ex-corrupção Princípios da Itália, sobre o projeto de lei.

No início deste mês, a imprensa italiana deu destaque para a investigação sobre o empresário Giampaolo Tarantini, suspeito de aliciar prostitutas para as famosas festas do premier. Reportagens com transcrições de conversas com Berlusconi rodaram o mundo, entre elas uma ligação em que ele usa termos grosseiros para chamar a chanceler alemã Angela Merkel de gorda e outra em que ele diz ter transado com oito mulheres na mesma noite.

Acusado de extorquir Berlusconi é libertado

Um tribunal de Nápoles determinou na terça-feira que Berlusconi persuadiu Tarantini a mentir para a Justiça sobre seu papel nas festas com mulheres em sua casa - e não o contrário.

Tarantini foi preso em 1º de setembro acusado de extorquir Berlusconi em troca de cooperar nas investigações sobre as festas. Na ocasião, ele admitiu ter levado prostitutas para uma das casas de Berlusconi, mas alegou que o primeiro-ministro não sabia.

Os juízes de Nápoles garantem que Berlusconi estava ciente de que as mulheres levadas para sua residência por Tarantini eram acompanhantes profissionais. E citaram um trecho de uma conversa telefônica entre Tarantini e uma das mulheres convidadas à casa que demonstraria que Berlusconi teria oferecido uma compensação à jovem.

As conversas foram tornadas públicas na terça-feira, mesmo dia em que o empresário e sua mulher, Angela Devenuto, foram postos em liberdade - uma vez que a conduta de ambos não foi considerada punível.

O tribunal considerou que a conduta processual assumida por Tarantini procurou apenas isentar o chefe de governo italiano, uma figura pública, pelos "possíveis danos à sua imagem".

O primeiro-ministro não é investigado nesse caso em Nápoles, mas em Milão ainda enfrenta uma acusação por ter supostamente pago para fazer sexo com uma marroquina de 17 anos. Berlusconi nega as acusações.

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