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Tóquio – O Japão superou ontem o número de cem condenados a morte em meio a novas reivindicações de grupos de ativistas, que denunciam a indiferença da imprensa japonesa perante o fato de um país tão desenvolvido aplicar a pena capital.

A imprensa de países tão diferentes como China, Arábia Saudita, Irã e Estados Unidos costuma dar grande atenção à pena de morte, assunto polêmico no mundo quase todo que chama a atenção de diferentes organizações e até mesmo de estrelas e diretores de cinema. O fato de que um país exemplo de civilização e modernidade como o Japão mantenha vigente a pena capital permanece alheio à atenção da opinião pública internacional.

A União Européia proíbe a pena de morte, e estabelece sua abolição como pré-requisito para a entrada de novos membros. No entanto, os cem habitantes do corredor da morte japonês teve que dar lugar desde ontem a seu 101.º inquilino: Osamu Okura, um homem de 37 anos condenado por um tribunal de Shizuoka por ter matado um companheiro de trabalho, em 2004, e sua esposa, um ano mais tarde.

Uma porta-voz da seção japonesa da Anistia Internacional (AI) disse ontem que as organizações pró-abolição da pena de morte acham que a falta de interesse da grande imprensa do país pelo assunto é uma das principais razões para que a aplicação do castigo capital no Japão não seja mundialmente controvertida. A própria AI confessou estar tentando buscar novas maneiras de fazer campanha para conscientizar a população contra a pena capital.

As pesquisas assinalam que a maioria da população japonesa apóia as execuções no caso de crimes cruéis. Em setembro, começou a acabar uma moratória oficiosa da pena capital no Japão com a saída do governo de Seiken Sugiura, ministro da Justiça do ex-primeiro-ministro Junichiro Koizumi. Suas crenças budistas impediam Koizumi de assinar sentenças de morte. Entretanto, com o novo governo do premier Shinzo Abe, a prática voltou a ser aplicada: no dia 25 de dezembro foram executados quatro condenados, dois deles com mais de 70 anos.

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