Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Crise nuclear

Japoneses visitam área de risco

Governo deu permissão para que os moradores no raio de 20 km da usina de Fukushima visitassem suas casas, isoladas desde 21 de abril

Residentes da vila de Kawauchi usaram roupas especiais contra radiação e tiveram duas horas para visitar suas casas e pegar alguns pertences | Jiji Press/AFP
Residentes da vila de Kawauchi usaram roupas especiais contra radiação e tiveram duas horas para visitar suas casas e pegar alguns pertences (Foto: Jiji Press/AFP)
O premiê Kan disse que o poder público é responsável por desastre |

1 de 1

O premiê Kan disse que o poder público é responsável por desastre

Tóquio - O Japão permitiu que 95 pessoas que foram retiradas da vila de Kawauchi, perto da usina nuclear Daiichi, em Fukushima, retornassem ontem ao local usando roupas especiais para evitar a radiação. Elas tiveram duas horas para recolher pertences.

Um morador, Masao Yanai, afirmou em entrevista à emissora de tevê Asahi que estava nervoso com o retorno. "Autoridades di­­zem que o nível de contaminação radioativa não deve prejudicar a saúde humana. Mas a contaminação é um pouco preocupante", disse.

O primeiro-ministro do japão, Naoto Kan, disse que o país irá alterar sua política energética de longo prazo e abandonará um plano para que a energia nuclear passe de 30% para 50%, até 2030, da eletricidade gerada no país. Kan não deu estimativas, mas afirmou que o Japão aumentará o uso de energias renováveis, como a energia solar, eólica e da produzida com a biomassa.

A visita dos moradores foi a primeira vez que houve esse tipo de excursão desde que o governo decretou uma zona de exclusão de 20 quilômetros no entorno da usina, após o terremoto e o tsunami de 11 de março provocarem uma crise nuclear na área.

A região está isolada formalmente desde 21 de abril. Os sistemas de refrigeração dos reatores tiveram problemas, o que gerou explosões e vazamento de radiação por ar, terra e mar.

No total, mais de 85 mil pessoas foram enviadas a abrigos. Na área entre 21 e 30 quilômetros da usina, a ordem inicial foi para as pessoas evitarem sair de casa, mas posteriormente também houve ordens para que deixassem suas casas.

Comitê

O governo japonês prepara um comitê investigativo independente para avaliar o acidente nuclear. "Ele será independente, aberto e abrangente em sua natureza", explicou o premiê Naoto Kan. O comitê deve enfocar apenas o acidente na usina Daiichi, em Fu­­kushima.

Anteontem, o premiê pediu o fechamento temporário da usina nuclear de Hamaoka. Especia­­listas advertiram que a usina, construída exatamente sobre o local onde existe uma falha geológica, poderá sofrer um desastre se ocorrer um forte terremoto na região.

A decisão de Kan foi tomada após o governo avaliar a situação dos 54 reatores atômicos no Japão, depois do desastre nuclear em Fukushima. Hamaoka, uma das usinas mais antigas do Japão, também é considerada uma das de maior risco.

Principais Manchetes

Tudo sobre:

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.