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Residentes da vila de Kawauchi usaram roupas especiais contra radiação e tiveram duas horas para visitar suas casas e pegar alguns pertences | Jiji Press/AFP
Residentes da vila de Kawauchi usaram roupas especiais contra radiação e tiveram duas horas para visitar suas casas e pegar alguns pertences| Foto: Jiji Press/AFP

Governo

Kan abdica do salário de premiê

O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, anunciou ontem que renuncia ao salário até o fim da crise na central nuclear de Fukushima.

"Continuarei recebendo meu salário como membro do Parlamento, mas não o de primeiro-ministro nem os bônus correspondentes", explicou o chefe de governo em uma entrevista coletiva.

Assim, o premiê abre mão dos 1,6 milhão de ienes mensais (US$ 20 mil) que recebe como primeiro-ministro, mas seguirá recebendo 800 mil ienes (US$ 10 mil) que ganha como deputado.

Seguradoras

Danos com o terremoto são de US$ 39 bi

Frankfurt - Seguradoras do mundo inteiro podem enfrentar uma conta de até US$ 39 bilhões por causa do terremoto e tsunami que atingiram o norte do Japão em março, de acordo com uma estimativa atualizada da empresa de análise de risco Eqecat Inc.

A Eqecat disse na noite de segunda-feira que atualizou suas previsões de perdas cobertas por seguros para US$ 22 bilhões até US$ 39 bilhões, aumentando a estimativa, que estava en­­tre US$ 12 bilhões e US$ 25 bilhões.

A empresa de Oakland, na Califórnia, disse que o aumento da previsão ocorreu devido ao aumento da estimativa de danos causados pela quantidade de água que invadiu a terra, antes avaliada em 8 metros de profundidade e agora, em 25 metros.

A Eqecat afirmou que agora é possível ter uma noção melhor dos prejuízos decorrentes da invasão da água do mar, dos deslizamentos de terra e dos problemas de eletricidade e transporte, e das perdas causadas pela interrupção no fornecimento de energia.

  • O premiê Kan disse que o poder público é responsável por desastre

Tóquio - O Japão permitiu que 95 pessoas que foram retiradas da vila de Kawauchi, perto da usina nuclear Daiichi, em Fukushima, retornassem ontem ao local usando roupas especiais para evitar a radiação. Elas tiveram duas horas para recolher pertences.

Um morador, Masao Yanai, afirmou em entrevista à emissora de tevê Asahi que estava nervoso com o retorno. "Autoridades di­­zem que o nível de contaminação radioativa não deve prejudicar a saúde humana. Mas a contaminação é um pouco preocupante", disse.

O primeiro-ministro do japão, Naoto Kan, disse que o país irá alterar sua política energética de longo prazo e abandonará um plano para que a energia nuclear passe de 30% para 50%, até 2030, da eletricidade gerada no país. Kan não deu estimativas, mas afirmou que o Japão aumentará o uso de energias renováveis, como a energia solar, eólica e da produzida com a biomassa.

A visita dos moradores foi a primeira vez que houve esse tipo de excursão desde que o governo decretou uma zona de exclusão de 20 quilômetros no entorno da usina, após o terremoto e o tsunami de 11 de março provocarem uma crise nuclear na área.

A região está isolada formalmente desde 21 de abril. Os sistemas de refrigeração dos reatores tiveram problemas, o que gerou explosões e vazamento de radiação por ar, terra e mar.

No total, mais de 85 mil pessoas foram enviadas a abrigos. Na área entre 21 e 30 quilômetros da usina, a ordem inicial foi para as pessoas evitarem sair de casa, mas posteriormente também houve ordens para que deixassem suas casas.

Comitê

O governo japonês prepara um comitê investigativo independente para avaliar o acidente nuclear. "Ele será independente, aberto e abrangente em sua natureza", explicou o premiê Naoto Kan. O comitê deve enfocar apenas o acidente na usina Daiichi, em Fu­­kushima.

Anteontem, o premiê pediu o fechamento temporário da usina nuclear de Hamaoka. Especia­­listas advertiram que a usina, construída exatamente sobre o local onde existe uma falha geológica, poderá sofrer um desastre se ocorrer um forte terremoto na região.

A decisão de Kan foi tomada após o governo avaliar a situação dos 54 reatores atômicos no Japão, depois do desastre nuclear em Fukushima. Hamaoka, uma das usinas mais antigas do Japão, também é considerada uma das de maior risco.

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