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Uma delegação do governo brasileiro chega a Londres nesta segunda-feira, para inteirar-se da investigação sobre a morte do eletricista mineiro Jean Charles de Menezes, confundindo com um terrorista.

A pressão sobre a Polícia Metropolitana de Londres continua crescendo. Ativistas da campanha "Justiça por Jean" e membros da comunidade brasileira de Londres vão iniciar nesta noite uma vigília diante da residência oficial do primeiro-ministro Tony Blair, em Downing Street. Eles pretendem entregar a Blair um pedido de abertura de uma investigação pública sobre o incidente.

Jean Charles morreu no dia 22. Agentes armados o identificaram erroneamente como um dos suicidas que haviam tentado explodir bombas no metrô e num ônibus da capital britânica no dia anterior. Na semana passada, documentos e fotos revelados por uma emissora de TV britânica revelaram que a versão inicial dada pela polícia para o incidente - a de que Jean correu dos policiais, usava uma jaqueta volumosa e tinha atitude suspeita - era inteiramente falsa. A revelação suscitou pressões pela demissão do comissário-chefe da Polícia Metropolitana, Ian Blair, e levou o governo brasileiro a decidir pelo envio de uma delegação a Londres.

O subprocurador-geral da República e corregedor-geral do Ministério Público Federal, Wagner Gonçalves, e o diretor-adjunto do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça, Márcio Pereira Pinto Garcia, vão se reunir com autoridades que estão empreendendo a investigação do episódio. Nos próximos dias, eles encontrarão o subcomissário da Polícia Metropolitana, John Yates, e com membros da Comissão de Investigação de Queixas contra a Polícia. A comissão abriu um inquérito independente para estabelecer se houve negligência da polícia na morte de Jean Charles.

A Embaixada do Brasil em Londres disse que o objetivo da delegação é obter esclarecimento de fatos relacionados à investigação - principalmente o disparate entre a versão inicial da polícia e a recente versão da imprensa para a morte do mineiro.

Jean Charles, que tinha 27 anos, foi morto com oito tiros - sete na cabeça e um no ombro - quando estava num vagão do metrô na estação de Stockwell.

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