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Hoje, para entrar na Basílica de São Pedro, é preciso passar por máquinas de raio X e detentores de metais – novidade recente, já que até há alguns anos esse controle era feito apenas para as cerimônias e audiências, e não simplesmente para a entrada na igreja. Ao subir as escadas que levam ao maior templo católico do mundo, uma seta indica o acesso à cúpula da basílica (elevador e 320 degraus), e outra aponta o caminho ao túmulo de João Paulo II.

Sigo as indicações e desço em direção à gruta da Basílica. Não é difícil saber qual dos túmulos é o do Papa polonês – está logo no primeiro corredor, que é dividido ao meio por um cordão de isolamento. Metade do espaço é reservada para quem quer simplesmente passar, parar por uns poucos segundos e filmar, ou fazer fotografias. A outra metade, para os que desejam permanecer mais tempo e fazer suas orações junto à tumba do Pontífice.

Dois ou três funcionários do Vaticano permanecem diante do túmulo para manter o fluxo e impedir que os visitantes parem onde não devem parar e fotografem de onde não devem fotografar. Eles também pegam todas as fotos, terços e outros objetos que as pessoas pedem para serem colocadas sobre o túmulo. Não chegam a ser muitos, mas nada passa mais de dois segundos encostado na pedra.

Na área reservada para quem quer rezar, há gente que fica de joelhos, que chora copiosamente, ou apenas que contempla, com a inevitável distração provocada por grupos de turistas que, às vezes, sequer param para observar mais atentamente – afinal, João Paulo II não tem o mesmo significado para todos.

A cripta também abriga os corpos de muitos outros Pontífices – túmulos às vezes muito mais elaborados que os do Papa polonês, de pessoas que também tiveram papel marcante na história da Igreja, mas que não atraem a mesma atenção. Os turistas, no máximo, tentam decifrar a que Papa pertencem. Aliás, nem todos percebem, mas a disposição dos corredores obriga os visitantes a encontrarem, imediatamente depois de João Paulo II, os restos mortais de um pescador da Galiléia que ouviu do próprio Cristo o pedido para apascentar Suas ovelhas. Mas, nesses tempos, nem São Pedro supera a popularidade do Papa Wojtyla. (MAC)

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