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Jornais da África do Sul desafiaram ontem a proibição do governo e publicaram fotografias da residência privada do presidente Jacob Zuma, cuja reforma -na qual teriam sido usados US$ 20 milhões em dinheiro de impostos- gerou grande controvérsia.

O "Times" sul-africano saiu com a manchete "Então, prendam-nos" acima de imagem da luxuosa casa com telhado de sapê. Um concorrente, o "Star", pôs um X vermelho sobre a foto da residência de Zuma, com o texto "Desvie o olhar! O que os ministros não querem que você veja".

O governo havia ameaçado prender quem divulgasse as imagens. Segundo o gabinete de Zuma, a tentativa de veto à publicação das fotos -que os editores dos jornais classificaram de "absurda"- deve-se à necessidade de preservar a segurança do local.

""Ninguém, nem os meios de comunicação, pode tirar fotos e divulgar imagens apontando estão os equipamentos de vigilância [da casa]", disse o ministro da Segurança, Siyabonga Cwele.

"Isso não se faz em nenhum lugar. Nós não vemos imagens da Casa Branca mostrando onde estão os recursos de segurança. Não se faz em nenhuma democracia", acrescentou o ministro.

As reformas na casa de Zuma incluíram a construção de um heliponto e um bunker subterrâneo, que o governo justifica também mencionando razões de segurança.

Em meio a acusações de superfaturamento, as obras estão sendo investigadas por Thuli Madonsela, a protetora pública do país (uma espécie de procuradora). No início do mês, o governo recorreu à Justiça para tentar impedir Madonsela de tornar público seu relatório sobre o caso.

Em nota posterior à publicação das fotos, o governo sul-africano reconheceu que os jornais estavam no seu direito de informar, mas insistiu que publicar detalhes dos recursos de segurança "é um desafio e pode comprometer a segurança nacional".

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