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Bloomberg News
Editor-chefe de economia latino-americana da Bloomberg News vê motivos para otimismo no Brasil apesar da acirrada disputa eleitoral.| Foto: Bigstock / sharafmaksumov

Bloomberg News, jornal cofundado por Michael Bloomberg, 12ª pessoa mais rica do mundo na lista da Forbes, vê motivo para otimismo no Brasil apesar do acirramento da disputa eleitoral.

O editor-chefe de economia e governo da América Latina do Bloomberg, Juan Pablo Spinetto, assina artigo em que defende otimismo a respeito da economia brasileira, a maior da região. A atividade econômica tem se recuperado firmemente desde os primeiros anos da crise da Covid-19, avalia Spinetto, e o desemprego, apesar de estar acima de 9%, "está em seu valor mais baixo em quase sete anos".

São mais de quatro milhões de empregos adicionais em comparação ao cenário pré-pandemia, informa Bloomberg, embora os salários sejam em geral baixos. O custo de vida aumentou, mas a inflação foi contida em 3,4 pontos percentuais nos últimos quatro meses, com expectativa de que feche o ano pouco acima de 6%. O Brasil tem hoje um superávit primário de 2,5% do Produto Interno Bruto, comparado com um déficit de 9,4% em dezembro de 2020.

Há uma preocupação que o próximo governo federal aumente impostos e cause rombos fiscais, mas a situação "provavelmente está longe de crítica".

Com esses resultados, "não é surpreendente que o real brasileiro seja a moeda com melhor desempenho no mundo", diz Spinetto. Ele distribui o crédito para as gestões das últimas duas décadas, por terem investido em infraestrutura: aeroportos, rodovias, portos e canais de irrigação estão melhores agora do que já foram. Outras melhorias citadas são os pagamentos via Pix e opções de investimento via Whatsapp.

Como exemplo da força econômica brasileira, o editor menciona o agronegócio, "notavelmente produtivo": o Mato Grosso hoje tem o mesmo custo para exportar uma tonelada de soja para a China que o estado americano de Iowa.

Para Spinetto, o Brasil também é beneficiado por sua postura internacional menos contenciosa que a da Rússia e da China. O país ainda sofre com grandes problemas sociais, muita pobreza, perdas educacionais e crises ambientais. Mas muitos atores econômicos domésticos, apesar da ansiedade com as eleições, não têm a expectativa de mudar muito seus planos a depender de quem ganhará a disputa da presidência. Isso é um sinal de estabilidade política que pode escapar aos olhos de quem está por aqui, mas chama a atenção de observadores externos como o jornal.

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