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O jornalista Matthew Cooper, da revista "Time", disse hoje que teve outras fontes além do conselheiro presidencial Karl Rove, para determinar a identidade de uma agente da CIA (central de inteligência americana). Rove e o funcionário da Casa Branca Lewis Libby, "estiveram entre as fontes de informação", disse Cooper no programa "Meet the Press" da rede de televisão NBC.

A divulgação da identidade de um agente de serviços secretos é um delito federal nos Estados Unidos. Cooper e a jornalista Judith Miller, do "New York Times" têm liderado uma batalha de dois anos para proteger suas fontes de informação. Miller chegou a cumprir mais de uma semana na prisão por desacato. Cooper aceitou identificar sua fonte ao fiscal especial Patrick Fitzgerald depois que esta o autorizara.

O caso se converteu em uma enorme polêmica para a administração do presidente George W. Bush tanto pela importância de Rove na Casa Branca como pelas dúvidas que geraram na opinião pública sobre a honestidade de seus funcionários.

Cooper disse também hoje que não estava de acordo com a decisão de seu empregador, a revista "Time", de entregar à Justiça as notas e documentos relacionados com a matéria que escreveu há dois anos sobre este caso. "Durante dois anos eu tenho protegido a identidade de minhas informações", disse Cooper. "Meu princípio em todo momento tem sido o de que nenhum tribunal e nenhuma corporação poderia eximir-me do compromisso de confidência com minha fonte de informação".

O caso começou quando em julho de 2003 o embaixador Joseph Wilson publicou um artigo no qual afirmou que, de acordo com uma investigação da qual havia se encarregado há um ano antes da CIA, não havia provas de que o governo de Sadam Hussein no Iraque houvesse procurado a compra de materiais nucleares na Nigéria. Quando preparava a guerra , em janeiro de 2003, o presidente Bush incluiu esse argumento entre outros como prova de que era necessária a intervenção militar no Iraque.

Poucos dias depois da publicação do artigo de Wilson, o colunista Robert Novak publicou outro no qual indicou que Valerie Palme, a esposa de Wilson, trabalhava para a Agência Central de Inteligência em assuntos relacionados a armamentos. Vários jornalistas prepararam reportagens sobre a possibilidade de que a revelação da identidade de uma agente da CIA houvesse violado a lei e foram também uma forma de represália contra Wilson.

Cooper publicou uma matéria na "Times" que confirmava que Plame havia trabalhado para a CIA. Os materiais que, para desgosto de Cooper, a revista entregou à Justiça há duas semanas mostram que em uma conversa, Rove lhe disse a Cooper que "a esposa de Wilson trabalha com a CIA e ela teria sido responsável pela viagem do embaixador à Nigéria".

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