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Um jornalista italiano sequestrado no Afeganistão foi entregue a autoridades italianas na segunda-feira, depois de ser mantido em cativeiro por duas semanas e dias após seu motorista ter sido executado.

O comandante militar do Taliban Mulá Dadullah e o governo italiano anunciaram a libertação de Daniele Mastrogiacomo, mas os detalhes ainda eram confusos.

``Ainda estou zonzo, mas feliz. Consegui sair daquela situação e agradeço a todos que me ajudaram'', disse o jornalista à emissora de TV do jornal em que trabalha, o La Reppublica. ``Este é o momento mais maravilhoso da minha vida.''

O jornalista contou ter ficado amarrado pelos pés e pelas mãos, e que foi transferido para 15 lugares diferentes, ''pequenos como cercados para ovelhas, no meio do deserto''.

A agência de notícias afegã Pajhwok disse que Mastrogiacomo foi entregue a ``autoridades italianas'' no sul da província de Helmand, onde a Otan lançou uma grande ofensiva no mês passado. Mas não estava claro se essas autoridades são da embaixada ou do grupo médico de assistência italiano Emergência, que gere o hospital na província e estava envolvida nas negociações para a libertação de outro repórter italiano no final do ano passado.

Dadullah, comandante militar do Taliban, disse à Reuters, num telefonema via satélite, de uma localidade desconhecida, que o repórter foi libertado após autoridades afegãs libertarem cinco autoridades do Taliban, incluindo seu próprio irmão.

``Ele está no hospital do Emergência e encontra-se em boas condições de saúde. Eu espero que dentro de alguns dias nós possamos abraçá-lo'', disse Prodi a repórteres.

A mulher de Mastrogiacomo, Luisella, contou ao marido por telefone sobre as manifestações de solidariedade que recebeu na Itália, incluindo um abaixo-assinado com cerca de 96 mil nomes.

``Luisella contou a ele sobre a atuação da Itália e ele começou a chorar, soluçar, ficou realmente emocionado'', disse Alessandro, irmão do jornalista, segundo a agência Ansa.

O Taliban havia dito à Reuters no domingo que tinha entregado o jornalista e seu intérprete a líderes tribais locais, mas ameaçou recapturá-lo se as exigências não fossem atendidas pelo governo afegão. Naquele ponto, os insurgentes haviam dito que o governo tinha libertado dois dos três rebeldes exigidos.

Mastrogiacomo foi acusado de fazer espionagem para as forças britânicas, e o Taliban disse que o motorista do jornalista foi morto na quinta-feira após ter sido condenado por um tribunal do Taliban.

Um outro jornalista italiano, Gabriele Torsello, foi sequestrado em Helmand em outubro, mas foi solto três semanas depois. Helmand, o centro produtor de ópio do Afeganistão, é considerada, junto com Kandahar, o lugar mais perigoso do Afeganistão.

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