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Tristane Banon, a jornalista francesa que acusou o ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) Dominique Strauss-Kahn de suposta tentativa de estupro, denunciou neste sábado que após sua volta ao país o seu suposto agressor seja recebido "como herói".

Em mensagem publicada em sua página na rede social Facebook, Tristane, que não cita explicitamente o político e economista francês, diz não acreditar que a França "acolha como herói um homem que não foi perdoado. Que envie forças de ordem e dinheiro público para libertá-lo do assédio dos fotógrafos".

Strauss-Kahn retornou a Paris no domingo passado. No fim de agosto ele teve retiradas as acusações contra si de abuso sexual e tentativa de estupro a uma camareira de um hotel nova-iorquino; desde então a imprensa faz plantão em frente à sua residência a espera que fale publicamente.

"Não posso acreditar que meu país tenha esquecido até esse ponto que a igualdade para todos faz parte da Constituição", prossegue a jornalista, segundo a qual "o estupro e a violência contra as mulheres não podem ser trivializadas e o dinheiro e o poder não deveriam estar acima da lei".

"O que aconteceu há seis dias me deixa nauseada. Pessoas me param na rua para falar que querem protestar, serem ouvidas, gritar que o código penal dever ser o mesmo para todos e é necessário um julgamento, que condene ou não, mas que aconteça", acrescenta em sua alegação.

Tristane, de 32 anos, disse que diversas associações devem manifestar-se no dia 24 de setembro em frente ao Palácio da Justiça parisiense "para que sua voz seja ouvida", e anunciou que estará presente nesse protesto, na qual tentará ser forte embora não saiba "em que estado físico, moral e psicológico" estará.

"Estarei ao lado de quem quiser falar bem alto o que pensam, já que além do meu caso o que ocorre na França atualmente é grave para todas as mulheres e para o país também", conclui nesse texto.

Ela disse ainda que independentemente do número de pessoas que estejam reunidas, ela ao menos terá tentado mudar "essa injustiça".

Strauss-Kahn tem pendente nos Estados Unidos um processo movido pela camareira do hotel, e na França por Tristane, que o acusa de ter tentado estuprá-la há oito anos, quando o entrevistou para preparar um livro.

A Justiça francesa abriu uma investigação preliminar nesse último caso, no qual o economista interpôs uma queixa contra Tristane por "calúnia".

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