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Van carrega o corpo de Eluana Englaro para autópsia, em Udine: pai conseguiu em 2008 autorização para desativação da sonda que a alimentava e hidratava | Daniel Raunig / Reuters
Van carrega o corpo de Eluana Englaro para autópsia, em Udine: pai conseguiu em 2008 autorização para desativação da sonda que a alimentava e hidratava| Foto: Daniel Raunig / Reuters

A jornalista italiana Marinella Chirico, do canal de televisão RAI, visitou no domingo (8) Eluana Englaro, que estava em estado vegetativo há 17 anos, e revelou que a paciente estava "irreconhecível" em comparação com suas fotos divulgadas na imprensa, classificando a imagem que viu como "chocante".

Chirico foi convidada pela família de Eluana para a visita e ficou no quarto da paciente cerca de três horas. "Eluana era exatamente como se pode imaginar que seja uma mulher em estado vegetativo há 17 anos: absolutamente irreconhecível em relação às fotos que as pessoas veem", comentou a jornalista.

Em 1992, Eluana sofreu um acidente de carro e, desde então, nunca mais recobrou sua consciência. Após anos de disputa judicial, o pai da italiana, Beppino Englaro, conseguiu, em novembro de 2008, a autorização para desativar a sonda que a alimentava e hidratava.

Nos últimos meses, contudo, o pai de Eluana enfrentou a resistência do governo do premier Silvio Berlusconi, que tentava impedir o processo que levaria a italiana à morte. Por fim, no último sábado Eluana teve sua alimentação e sua hidratação interrompidas e veio a morrer na segunda-feira.

Durante a visita que fez, a jornalista da RAI ressaltou que Eluana era "uma mulher completamente imóvel, os enfermeiros e os agentes de saúde eram obrigados a mudá-la de lugar a cada duas horas para evitar que seu corpo se atrofiasse".

Chirico disse ainda que a italiana apresentava lesões nas orelhas, pois "era a única parte do corpo que não podia ser protegida", e reforçou que sua situação era "chocante, o impacto era muito forte emotivamente".

A jornalista revelou que criou um vínculo afetivo com os familiares da italiana, pois acompanhava de perto sua situação. A família Englaro queria que um profissional de imprensa visitasse a paciente para que constatasse a situação de fragilidade em que se encontrava.

"Foi-me pedido que eu visse Eluana porque havia críticas ferocíssimas e cruéis que colocavam em dúvida o estado real dela. Esta polêmica continuava a crescer e Beppino estava profundamente ferido e angustiado com o fato de não ser levado a sério quando dizia que a filha estava realmente em condições desesperadoras", explicou Chirico. As informações são da Ansa.

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