• Carregando...
Enquanto o Estado Islâmico se estrutura com membros de naciona-lidades diferentes, forças militares iraquianas tentam se estruturar com voluntários |
Enquanto o Estado Islâmico se estrutura com membros de naciona-lidades diferentes, forças militares iraquianas tentam se estruturar com voluntários| Foto:

Militar

Omar al-Shishani cumpriu serviço militar no Exército georgiano, mas foi dispensado depois de uma doença não especificada. Em outro momento, ele foi detido por posse ilegal de armas. Assim que foi libertado, em 2010, Batirashvili foi para a Turquia. A polícia da Geórgia não quer falar sobre ele. Os chechenos estão entre os combatentes mais temidos na Síria.

Ferido

Em maio, algumas organizações de mídia árabes informaram que Shishani foi morto em combate. Mas ele apenasi sofreu ferimentos na perna direita e foi levado ao Iraque para receber tratamento antes de voltar à Síria.

Rebeldes

O EIIL entrou no conflito sírio em 2013 e inicialmente foi bem-vindo pelos demais rebeldes. Mas outros grupos insurgentes se voltaram contra os sunitas por seus métodos brutais, sequestros e assassinatos de rivais. Eles também acusam o EIIL de tentar tomar o controle do movimento de oposição, em favor de suas próprias ambições.

Atuação

Shishani ajudou a ocupar base aérea no norte da Síria

Omar Al-Shishani, cujo nome verdadeiro é Tarkhan Batirashvili, é um checheno étnico da Geórgia, no Cáucaso, vindo do vale Pankisi, um centro da comunidade chechena georgiana que já foi reduto de militantes.

Em 2013, ele apareceu na Síria, já com seu nome de guerra, que significa "Omar, o checheno" em árabe, e liderando o grupo inspirado na Al-Qaeda chamado "O Exército dos Emigrantes e Partidários", que incluía um grande número de combatentes da antiga União Soviética.

Uma reunião foi logo organizada com o principal líder do então Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Baghdadi, na qual Shishani prometeu lealdade a ele, segundo o jornal libanês Al-Akhbar, que acompanha as ações de grupos jihadistas.

Ele demonstrou suas proezas no campo de batalha pela primeira vez em agosto de 2013, quando seus combatentes tomaram a base aérea síria de Managh, no norte do país. Havia meses que os rebeldes tentavam tomar a base, que foi controlada logo depois de Shishani se unir à batalha.

Um jovem checheno de barba ruiva se tornou rapidamente um dos mais importantes comandantes do grupo que se separou da Al-Qaeda e tomou o controle de grande parte dos territórios do Iraque e da Síria, o que ilustra a natureza internacional da insurgência. Omar Al-Shishani, um entre centenas de chechenos que lutam no país, grupo que está entre os mais duros combatentes jihadistas na Síria, surgiu como a face do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), aparecendo frequentemente em vídeos colocados na internet. Sua atuação contrasta com a do líder do grupo, Abu Bakr al-Baghdadi, que permanece escondido e quase nunca é fotografado.

Num vídeo divulgado pelo grupo no último final de semana, Shishani é visto perto do porta-voz do grupo e em meio a combatentes, quando eles declararam a eliminação da fronteira entre Iraque e Síria. O vídeo foi divulgado horas antes de o grupo extremista ter anunciado a criação de um califado, ou Estado Islâmico, nas áreas que controla.

"Nosso objetivo é claro e todos sabem por que estamos lutando. Nosso caminho é na direção do califado", declara Shishani, de 28 anos. "Vamos trazer de volta o califado e se Deus não fizer deste o nosso destino de restaurar o califado, então pediremos a ele que nos conceda o martírio", disse o jovem líder jihadista.

Ascenção

Shishani é o comandante militar do grupo na Síria, liderando seus companheiros numa ofensiva que tomou o controle de uma ampla faixa de território até a fronteira com o Iraque. Mas ele pode ter ascendido e se tornado o chefe militar geral do grupo, um posto que está vago desde que o militante que o ocupava, conhecido como Abu Abdul-Rahman al-Bilawi al-Anbari, foi morto na cidade iraquiana de Mossul no início de junho.

Na medida em que as operações do grupo militante no Iraque e na Síria se tornam "mais e mais interdependentes dia a dia, é mais do que possível que alguém como Shishani possa assumir a liderança militar total", disse Charles Lister, professor visitante do Centro Brookings de Doha.

Presença de estrangeiros dinamiza grupo

O grupo extremista Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) – que agora forma o Estado Islâmico – começou como um ramo da Al-Qaeda no Iraque e muitos de seus principais líderes são iraquianos. Mas depois de intervir na guerra civil síria no ano passado, o grupo atraiu centenas de combatentes estrangeiros para suas operações no país.

Agora, com vitórias dos dois lados da fronteira, os ramos estão trocando combatentes, equipamentos e armas num ritmo muito mais intenso do que antes e se tornando uma organização mais integrada. Sua declaração do califado, com a aspiração de ser o Estado para todos os muçulmanos, pode significar uma internacionalização ainda maior de suas fileiras.

Alexei Malashenko, especialista do instituto Carnegie Endowment, em Moscou, diz que a etnia não é um fator importante nos movimentos jihadistas, mas sim a dedicação à causa. O checheno Omar Al-Shishani "é um fanático pelo Islã com experiência em guerra", explica ele.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]