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Tanja Nijmeijer, que trocou a Holanda pela guerrilha | Desmond Boylan/Reuters
Tanja Nijmeijer, que trocou a Holanda pela guerrilha| Foto: Desmond Boylan/Reuters

2002 foi o ano em que a holandesa Tanja Nijmeijer entrou para as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) depois de escrever, em 2000, uma tese de graduação sobre os guerrilheiros colombianos enquanto estudava na Universidade de Groningen.

Tanja Nijmeijer, 34 anos, cresceu em uma família de classe média na Holanda, mas, na última década, optou por aderir a uma revolução na América Latina. Embora o atual cargo dela na guerrilha das Forças Revolucionárias da Colômbia (Farc) não seja claramente definido, Nijmeijer está atraindo muita atenção para a delegação de rebeldes que está se encontrando com o governo colombiano para negociações de paz, em Havana.

Conhecida como "Alexandra" no grupo, Nijmeijer é a única rebelde estrangeira de fora da América Latina. Por causa disso, a holandesa está agindo como um tipo de relações públicas da guerrilha, colocando um rosto internacional no movimento de base camponesa que não possui membros fluentes em inglês entre os oficiais do alto escalão.

"Dizem que estou aqui porque estive nas Farc por dez anos, sou guerrilheira e falo inglês. Eu posso traduzir nossos documentos. Isso é útil", publicou o jornal holandês Trouw citando os comentários da jovem em um entrevista publicada em novembro.

O valor de relações públicas de Nijmeijer para os insurgentes ficou evidente em um vídeo postado no YouTube, no começo do mês passado, para marcar a chegada dela em Cuba. Nele, a holandesa recita um rap junto com outros rebeldes, canta e toca violão em uma balada que honra o guerrilheiro morto e ex-comandante de Niejmeijer, o marechal Jorge Briceño.

"Ela será uma mulher muito útil", disse Jorge Enrique Botero, um jornalista colombiano independente, que a conheceu em 2003, um ano depois da estrangeira se juntar ao levante mais antigo do Ocidente. "Ela é fisicamente muito forte e está repleta de convicção política, o que se reflete em cada uma das suas palavras."

Ex-estudante universitária de Letras, Nijmeijer fala alemão, francês e italiano, além de inglês, espanhol e sua língua nativa, o holandês, disse o jornalista. Aparentemente, a estrangeira das Farc também mergulhou de cabeça em algumas das atividades mais controversas do movimento: ataque a lojas, instalação de bombas e auxílio na prisão de reféns.

Nijmeijer é procurada pela polícia na Colômbia sob acusações de rebeldia, mas o mandado judicial foi suspenso durante as negociações de paz conforme pedido pelo governo.

Os Estados Unidos, contudo, não retiraram o mandado de prisão que a chama de cúmplice no sequestro de três militares norte-americanos que foram mantidos em cativeiro por cinco anos até o resgate em 2008. Na mesma operação, a ex-candidata a presidência da Colômbia, Ingrid Betancourt, também foi libertada.

Nijmeijer visitou a Colômbia pela primeira vez em 2000 em um programa de intercâmbio depois de escrever sua tese de graduação sobre as Farc na Universidade de Groningen, em sua terra natal. Ela se juntou às Farc em outubro de 2002.

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