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Egípcio caminha pelas ruas do Cairo. Justiça investiga incidentes ocorridos depois da queda do presidente Mohamed Morsi | Reuters
Egípcio caminha pelas ruas do Cairo. Justiça investiga incidentes ocorridos depois da queda do presidente Mohamed Morsi| Foto: Reuters

Interino

Líder oposicionista, ElBaradei é empossado vice-presidente do Egito

Mohammed ElBaradei, conhecido líder opositor do Egito, foi empossado interinamente no cargo de vice-presidente para Assuntos Externos do país, informou ontem o governo em comunicado.

A indicação de ElBaradei, ex-diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e vencedor do prêmio Nobel da Paz, acontece após o golpe militar que derrubou o presidente islamita Mohamed Morsi em 3 de julho.

Ele foi inicialmente indicado como líder do gabinete, mas sua nomeação foi rejeitada pelo partido salafista ultraconservador Al-Nur.

No ano passado, ElBaradei foi nomeado líder da Frente de Salvação Nacional, uma coalizão de grupos de esquerda e liberais, formado após a chegada de Morsi ao poder, em novembro.

Segundo o porta-voz da Frente, Khaled Dawoud, ElBaradei, de 71 anos, já não lidera a coalizão. "Ele é, agora, o vice-presidente de todos os egípcios", afirmou.

Mas milhares de partidários de Morsi prometeram continuar suas manifestações no Cairo até que ele volte ao cargo. Eles se recusam a aceitar tanto a queda do presidente, o primeiro a ser livremente eleito no país, quanto o período de transição proposto pelos militares, que querem mudanças na Constituição e novas eleições parlamentares e presidenciais.

A promotoria pública do Egito ordenou ontem o congelamento dos ativos de 14 islamitas importantes como parte de uma investigação sobre episódios violentos, informaram fontes judiciais. A ordem afeta nove líderes da Irmandade Muçulmana, dentre eles o guia do grupo, Mohamed Badie, e cinco islamitas de outros grupos, que incluem a facção militante Gamaa Islamiya.

As investigações estão relacionadas a quatro incidentes ocorridos desde a queda do presidente Mohamed Morsi em 3 de julho, dentre os quais os confrontos no Cairo na última segunda-feira que resultaram na morte de 53 pessoas.

Também ontem, Morsi e membros da Irmandade Muçulmana começaram a ser interrogados sobre a fuga da cadeia durante o levante de 2011, informaram integrantes do Poder Judiciário à agência France Presse.

A ação foi tomada horas depois de a promotoria ter recebido queixas criminais contra o presidente deposto e outros islamitas

O inquérito trata da fuga de Morsi e dezenas de membros da Irmandade da prisão de Wadi Natrun durante o levante que terminou com o fim dos 30 anos de governo de Hosni Mubarak.

Em junho, um tribunal concluiu que o Hamas, grupo islamita que governa a Faixa de Gaza, e grupo xiita libanês Hezbollah ajudaram os prisioneiros.

O serviço de investigação da promotoria interrogou Morsi num local não divulgado. O ex-presidente não é visto em público desde que foi derrubado, após milhões de pessoas terem ido às ruas para pedir sua saída.

Os líderes interinos do país afirmam que ele é mantido num "lugar seguro, para sua própria segurança".

O primeiro-ministro interino Hazem al-Beblawi reuniu-se com candidatos a postos ministeriais. Ele afirmou que espera formar um gabinete com 30 ministros e que a principal prioridade é retomar a segurança, assegurar o fluxo de bens e serviços e preparar as eleições parlamentares e presidenciais. O novo gabinete deve ser revelado na terça ou quarta-feira.

O presidente interino, Adly Mansour, estabeleceu o início do próximo ano como prazo para as eleições.

A Irmandade se recusou a participar do governo interino e dezenas de milhares de partidários saíram às ruas para exigir a volta de Morsi.

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