Santiago O juiz chileno Carlos Cerda que processou o ex-ditador Augusto Pinochet pelo "caso Riggs" e o suposto uso de passaportes falsos manifestou ontem sua desilusão por não ter podido oferecer a verdade ao país. "É uma pena e uma desilusão, pois o estado do Chile foi incapaz de oferecer à pátria a histórica verdade a respeito das acusações contra Pinochet de violações aos direitos humanos", declarou Cerda à imprensa.
O juiz acrescentou que a morte do ex-governante militar lhe causa "desilusão e impotência" porque em matéria de direitos humanos o Poder Judiciário "incorreu em negação da justiça e muitos de seus membros cometeram notável abandono de seus deveres". Cerda processou o ex-governante pela suposta fraude tributária e uso de passaportes falsos no julgamento aberto após a descoberta das contas secretas que o general Pinochet tinha no exterior. A investigação ficou conhecida como "Caso Riggs", uma referência ao Banco Riggs dos Estados Unidos, onde Pinochet tinha conta. Além disso, o juiz investiga se Pinochet apropriou-se de fundos públicos ao desviar para uso pessoal dinheiro destinado a despesas reservadas da Casa Militar, um organismo assessor de seu regime, em um montante calculado até agora em US$ 285 mil.
A investigação judicial concluiu até agora que Pinochet acumulou em suas contas secretas no exterior uma fortuna de mais de US$ 26 milhões.
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