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Uma semana depois de ordenar a suspensão da alimentação forçada do prisioneiro de GuantánamoAbu Wa'el Dhiab, a juíza federal norte-americana Gladys Kessler decidiu derrubar a decisão, sob o argumento de que a Justiça não pode deixar o detento sírio morrer.

Segundo Kessler, Dhiab, 42 anos, continuou se recusando a comer e beber depois que a alimentação forçada foi proibida, e que sua situação "foi se deteriorando rapidamente".

A juíza disse que ela se viu diante de uma escolha "angustiante": manter a decisão e arriscar a vida do prisioneiro, ou derrubar a proibição e permitir que os militares apliquem procedimentos que preveem um sofrimento "desnecessário".

"A Corte não podia simplesmente deixar o Sr. Dhiab morrer", disse Kessler.

O processo consiste em introduzir um tubo gástrico pelo nariz do prisioneiro até seu estômago, por onde passa um líquido que funciona como suplemento alimentar.Dhiab, que está há 12 anos em Guantánamo, iniciou sua greve de fome para protestar contra a demora de sua transferência para o país de origem, autorizada anos atrás.

Os EUA dizem que a volta do prisioneiro à Síria só será realizada quando medidas de segurança forem asseguradas. O país, contudo, encontra-se em meio a uma guerra civil.

O presidente do Uruguai, José Mujica, chegou a oferecer que o sírio fosse enviado para o seu país, mas o governo norte-americano não deu ainda uma resposta.

Ativistas dos Direitos Humanos e muitos médicos consideram a alimentação forçada uma violação às liberdades individuais e à ética médica.

Esta havia sido a primeira vez que um juiz ordena a suspensão de alimentação forçada em Guantánamo - no ano passado, durante uma greve de fome, 46 dos 166 detentos foram alimentados contra a própria vontade.

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