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A maioria dos juízes do tribunal eleitoral do México aprovou uma decisão nesta terça-feira que declara o conservador Felipe Calderón, do governista Partido Ação Nacional (PAN), presidente eleito, depois de uma longa batalha legal por conta das acusações de fraude na eleição do dia 2 de julho. Não cabe mais recurso à decisão.

Os sete juízes do tribunal apoiaram a decisão por unanimidade. Os magistrados justificaram o voto, afirmando que a maioria das alegações de fraude não foi comprovada.

Os juízes ratificaram a decisão preliminar do tribunal, dando parecer favorável a Calderón, que derrotou por 0,5 ponto percentual o candidato da esquerda, Andrés Manuel López Obrador.

A decisão do tribunal informa que Calderón teve uma vantagem de quase 234.000 votos, ou seja, cerca de 10.000 votos a menos que a margem dada pela apuração oficial, depois da recontagem de 9% das seções eleitorais e da anulação do resultado de algumas urnas.

López Obrador informou que não tem a menor intenção de desistir de contestar o resultado. Com o apoio de grupos que bloquearam a região central da Cidade do México por mais de um mês, o ex-prefeito da capital afirma que jamais reconhecerá Calderón como presidente. E prometeu criar um governo paralelo.

A vitória de Calderón é positiva para os Estados Unidos, já que ele, assim como Vicente Fox, seu antecessor, seria um forte aliado de Washington na América Latina, contrariando a onda esquerdista que predomina no continente.

Calderón, de 44 anos, que estudou em Harvard e foi ministro da Energia, também era o candidato preferido de Wall Street e do mercado financeiro mexicano. Ele pretende fazer acordos com partidos oposicionistas de centro para aprovar reformas nos setores tributário, trabalhista e de energia no Congresso, onde o PAN é o maior grupo político, mas ainda não tem maioria.

Mas seu primeiro desafio pode ser dispersar os protestos de rua e conquistar a confiança dos mais de 30 por cento dos mexicanos que acreditam que ele trapaceou para ganhar a eleição.

Juan Camilo Mourino, que está liderando a equipe de transição de Calderón, disse que o novo governo fará da luta contra a pobreza um tema central da administração, na tentativa de atrair a simpatia dos milhões que votaram em López Obrador.

- Não há dúvida de que o próximo governo do México terá de ter um tom fortemente social - afirmou Mourino.

O impasse pós-eleição foi antecedido por uma feroz e violenta campanha eleitoral, e o episódio todo acabou dividindo o México, que há apenas seis anos comemorava eufórico a vitória do presidente Vicente Fox e o fim do domínio do PRI, que durou décadas.

López Obrador chama Fox de "traidor da democracia", alegando que ele violou as rígidas leis eleitorais mexicanas ao apoiar a campanha de Calderón e que seu partido recebeu dinheiro de empresários.

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