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Idoso caminha em frente à delegacia de Bulaq al Dakrur, no Cairo, onde uma bomba explodiu e deixou dois feridos | Amr Abdallah Dalsh/Reuters
Idoso caminha em frente à delegacia de Bulaq al Dakrur, no Cairo, onde uma bomba explodiu e deixou dois feridos| Foto: Amr Abdallah Dalsh/Reuters

85 anos tem a Irmandade Muçulmana, grupo político ao qual é ligado o presidente deposto Mohammed Mursi. Em grande parte desse período suas atividades transcorreram na clandestinidade.

Um funcionário do Judi­ciá­rio do Egito informou ontem, sob condição de anonimato, que uma comissão de juízes recomendou a dissolução da Irmandade Muçulmana, o maior grupo político do Egito, ao qual o presidente deposto Mohammed Mursi é ligado.

Em recomendação ao tribunal administrativo do Egito, a comissão sustentou que a Irmandade tem operado violando a lei. A recomendação não tem de ser obrigatoriamente seguida pelo tribunal, que realiza sua próxima audiência no dia 12 de novembro. Apesar disso, a manifestação parece ser mais um passo para a proibição do grupo, cuja legalidade já era contestada mesmo antes da queda de Mursi.

A Irmandade foi um grupo clandestino durante a maior parte de seus 85 anos de existência, mas se manteve operante por meio de amplas redes de apoio social. Em razão de uma série de processos judiciais que questionam o seu estatuto e o financiamento de suas atividades, o grupo apressadamente registrou-se em março como uma associação civil.

Manifestações

Islamitas egípcios que apoiam o presidente deposto convocaram manifestações para hoje, dois meses após Mursi ter sido derrubado pelos militares. A convocação foi feita um dia depois de o presidente interino, Adly Mansour, anunciar a formação de uma comissão para elaborar uma Constituição revisada, mas sem a inclusão da Irmandade Muçulmana de Mursi, que rejeitou participar do processo.

Em um comunicado emitido ontem, a aliança contra o golpe de Estado, liderada pela Irmandade, disse que as manifestações desta terça-feira serão realizadas sob o lema "O golpe é terrorismo", a fim de marcar a queda de Mursi. O presidente do Egito na época foi retirado do poder pelos militares em 3 de julho.

"A aliança convoca a participação ativa nestas manifestações e outras atividades destinadas a obter o retorno de Mursi", disse o comunicado. Ainda ontem, a aliança afirmou que seus membros na Europa estão documentando provas contra os responsáveis pela queda do presidente. "Os egípcios livres na Europa estão documentando os crimes dos golpistas para que possam ser apresentados no Tribunal Inter­nacional de Justiça", informou o grupo.

Explosão

Dois operários ficaram feridos ontem após a explosão de uma bomba caseira lançada contra uma delegacia no bairro de Bulaq al Dakrur, no Cairo. A versão oficial é que três pessoas que viajavam em uma motocicleta atiraram o artefato explosivo contra a estação da polícia, o que causou feridas leves em dois operários que se encontravam próximos ao local. Instantes depois os agressores fugiram.

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