O rapper americano Pras Michel, ex-membro do grupo Fugees, foi considerado culpado de dez acusações criminais em um tribunal federal em Washington nesta quarta-feira (26) por um esquema para ajudar um empresário malaio e a China a influenciar o governo dos Estados Unidos. A sentença será anunciada posteriormente.
Segundo informações da CNN, Michel disse durante testemunho na semana passada que o empresário malaio Jho Low lhe pagou US$ 20 milhões em 2012 para que ele providenciasse uma ocasião para que o asiático tirasse uma foto com o então presidente Barack Obama.
Segundo os promotores, o rapper direcionou cerca de US$ 800 mil desse dinheiro para a campanha de Obama por meio de doações de laranjas.
De acordo com a CBS News, a promotoria alegou que os funcionários da campanha do ex-presidente foram “enganados” a respeito da ilicitude dos pagamentos. Michel alegou, entretanto, que entendeu que poderia usar o dinheiro como quisesse.
Outro episódio citado no julgamento foi que Low teria destinado mais de US$ 100 milhões a Michel para pressionar o governo americano em 2017, durante a gestão de Donald Trump, para desistir de uma investigação sobre desvio de recursos do fundo soberano da Malásia. De acordo com a acusação, o rapper também intercedeu pela extradição de um dissidente chinês, Guo Wengui, a pedido de Pequim.
Ainda segundo a CNN, Michel argumentou que apenas tentou ajudar Low a encontrar um advogado nos Estados Unidos e contou ao FBI sobre Guo, acusado no início deste ano em um esquema de fraude não relacionado em Nova York e que está preso, porque o considerava um criminoso. Ele negou ter atuado em nome da China.
O rapper também alegou que os US$ 100 milhões seriam para um empreendimento midiático e que o dinheiro não seria de Low.
Deixe sua opinião