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O julgamento de seis ex-autoridades iraquianas acusadas de uma tentativa de limpeza étnica contra os curdos recomeçou na segunda-feira em Bagdá, com uma cadeira vazia no lugar que costumava ser ocupado por Saddam Hussein.

Nove dias depois do enforcamento do ex-ditador, anteriormente condenado por um massacre de xiitas, Ali ''Químico'' Hassan Al Majeed, primo de Saddam, e cinco outros acusados voltaram ao banco dos réus.

O juiz Mohammed Al Ureybi iniciou os trabalhos retirando formalmente as acusações de genocídio e crimes contra a humanidade que pesavam contra Saddam. Ele cortou o microfone quando Majeed se levantou e começou a ler o Corão em homenagem a seu ex-chefe.

``Em virtude da confirmação da morte do réu Saddam Hussein, a corte decidiu suspender definitivamente os procedimentos legais contra o réu Saddam Hussein, segundo a Lei Iraquiana de Procedimentos Penais'', disse Ureybi.

Com aspecto cansado, a barba branca por fazer, Majeed se recusou a ocupar seu assento e insistiu em ler versículos do Corão junto à cadeira vazia de Saddam. ``Façam-no sentar, façam-no sentar'', ordenava o juiz aos guardas.

Muitos curdos lamentam que o principal suspeito não possa mais ser punido pela chamada Campanha Anfal (''pilhagem de guerra''), mas esperam que outros réus sejam levados à forca.

Majeed, acusado de genocídio contra os curdos, foi o principal executor da Anfal, em 1988, que segundo promotores levou à morte de 180 mil pessoas, muitas delas vítimas de gases químicos.

``Saddam está morto, mas o 'herói' da operação Anfal ainda está vivo'', disse Abdul Ghani Yahya, um sexagenário que vive em Arbil, cidade curda no norte do Iraque.

No reinício do processo, os promotores apresentaram documentos que supostamente vinculam Majeed e outros réus à Anfal.

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